Diante
da gravidade do momento político, social, econômico e moral que vivemos não
posso me calar. Consciente de minha responsabilidade como sacerdote que tem
Jesus, o Bom Pastor, como modelo e Mestre; e como quem exerce um mandato em
nome do povo, não posso deixar de me posicionar. Sou contrário às reformas e a
forma como o processo vem sendo conduzido.
Precisamos
de uma justa e verdadeira reforma
previdenciária que assegure assistência, sobretudo aos mais pobres e que
não leve em conta apenas o aspecto econômico. A reforma não pode ser enfiada “goela abaixo” sem um processo de
discussão e amadurecimento com a população. A cobrança da dívida de grandes
empresas e a fiscalização precisam ser priorizadas como medidas de saneamento
das finanças da Previdência e não a retirada de direitos.
A reforma
não pode servir de “moeda de troca” com políticos que estão comprometidos em
investigações que comprovam o desvio e roubo de dinheiro público, que faz falta
na mesa dos trabalhadores e dos pobres. Que relega uma grande parcela da
população a uma saúde pública de péssima qualidade, quando consegue ser atendida.
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) exorta: “a Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a previdência fosse um
direito social. Não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os
direitos sociais foram conquistados com intensa participação democrática e qualquer
ameaça a eles merece imediato repúdio”.
Os direitos dos pobres e trabalhadores,
das mulheres e doentes estão sendo ameaçados por essa reforma injusta, imoral e
perversa. Não podemos nos calar ou
aguardar para ver como vai ficar. Agora
é a hora da união de todos. É hora de sair às ruas e manifestar nosso repúdio a
essas reformas.
Não queremos uma reforma previdenciária
que reduza o problema a uma questão meramente econômica, para equilibrar as contas e que não preserva direitos conquistados com muita luta no decorrer da
nossa história. Não queremos uma reforma baseada na troca de favores, de
manutenção de privilégios e espaço para deputados e senadores, muitos
denunciados na Operação Lava Jato.
“Não
é possível deixar desprotegidos aqueles que, por uma questão de justiça social,
mais necessitam de amparo do poder público. Nenhuma reforma da Previdência pode
eximir da responsabilidade de garantir um envelhecimento seguro e amparado”.
Como afirma o Papa Francisco: “a
economia que promove a exclusão e a desigualdade social é comprometida com a
morte. Essa economia mata!” (Evangelho da Alegria n.º 53)
Aposentadoria digna é um direito de
todos! Vamos às ruas manifestar nossa
indignação!
Esse direito é nosso!
Taubaté, abril de 2017
Deputado Estadual Padre Afonso Lobato
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