quarta-feira, 22 de abril de 2020

Fiesp divulga proposta de retomada da economia


A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) lançou no sábado (18) um documento com propostas que poderiam ser adotadas para a retomada após a quarentena imposta em algumas cidades e estados do país para conter o surto de coronavírus. O documento circula pelo meio empresarial.
Em São Paulo, as atividades consideradas não essenciais, como o comércio, estão suspensas pelo menos até 10 de maio. A indústria paulista não foi paralisada pelo governador João Doria (PSDB).
A expectativa é de que a doença vá derrubar a economia brasileira e global. O Fundo Monetário Internacional (FMI) chamou o quadro de "Grande Paralisação" prevendo queda de 5,3% no PIB brasileiro e de 3% globalmente.
No documento, chamado de "Plano de retomada da atividade econômica após a quarentena", a entidade pede a "retomada gradual da atividade econômica o mais breve possível, respeitados os requisitos de saúde pública e controle da epidemia".
O texto foi proposto pelo Conselho Superior Diálogo pelo Brasil, uma espécie de conselhão criado pela Fiesp para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O órgão conta com 36 empresários e segue os mesmo moldes do conselhão do ex-presidente Lula. Bolsonaro é crítico às quarentenas impostas por governadores e prefeitos e diariamente apoia a retomada das atividades.
Pela proposta da Fiesp, entre o início da reabertura e o funcionamento total das atividades se passariam 45 dias. A entidade propõe um horário de funcionamento alternado das atividades, para evitar superlotação no transporte público. Diz, no entanto, que cada empresário sabe de suas necessidades e poderia estabelecer o horário mais conveniente. A Fiesp afirma que o documento é baseado em experiência internacional.
Não há um padrão mundial para lidar com a quarentena e tampouco para a retomada, que ainda é incipiente mesmo nos países tidos como exemplos no controle da doença, caso da Alemanha e da Coreia do Sul.
Alguns países adotaram nacionalmente regras mais duras, como bloqueio total de atividades e restrição de circulação para ida ao supermercado, farmácias, hospitais ou trabalho de profissionais dessas categorias. Foi o caso de países europeus após o colapso do sistema de saúde no norte da Itália.
Outros permitiram regras mais flexíveis, com decisões regionais, como nos Estados Unidos. O Japão resistiu em adotar quarentena e distanciamento social, mas precisou criar regras após uma disparada no número de doentes pelo novo coronavírus.
Em locais em que há quarentena, escolas, creches, museus e parques foram fechados, além do comércio. A Fiesp apresenta sugestões de reabertura também para essas áreas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), citada no documento da Fiesp, só é possível reduzir a quarentena com segurança quando o país tem capacidade de testar a maior parte da população para a doença. No Brasil não há sequer uma estimativa de quantos exames para identificação da Covid-19 foram aplicados.


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