O
projeto de conclusão de curso se tornou uma maneira de falar sobre mudança de
vida, preconceito e acessibilidade
A Pindamonhangabense Amanda Fonseca e Silva tem 23 anos e se formou em Jornalismo
no começo do ano passado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, mais conhecida como UNESP. Durante a graduação, ela se envolveu em
diversos projetos, trabalhou como repórter da rádio da faculdade, repórter no
web jornal e chegou a fazer até um documentário
sobre intervenções urbanas.
No
entanto, nesses 4 anos que viveu em Bauru, interior de São Paulo, ela se envolveu
bastante com uma atividade específica, o “Biblioteca Falada”. Este projeto de
extensão da Unesp Bauru é focado na acessibilidade informacional de pessoas com
deficiência visual e consiste, basicamente, em transformar textos impressos em
áudio e vai além disso, os voluntários fazem audiodescrição de capítulos de
novelas, filmes e séries e quase todo material fica disponível no site www.bibliotecafalada.com.
Em 2013, no início da nova versão do projeto, a então estudante foi selecionada como uma das coordenadoras responsáveis por gerenciar todas as produções e fazer o contato com instituições interessadas.
Em 2013, no início da nova versão do projeto, a então estudante foi selecionada como uma das coordenadoras responsáveis por gerenciar todas as produções e fazer o contato com instituições interessadas.
Foi
assim, por meio do “Biblioteca Falada” que Amanda pode conhecer o Lar Escola
Santa Luzia para cegos, uma instituição que desenvolve atividades socioeducativas
e culturais para pessoas com deficiência visual. No Lar Escola, ela conheceu vários alunos e começou a perceber
que tinha muita história para ser contada ali. “Eu vi que aquelas pessoas
mereciam ser protagonistas de algo, mereciam ter o espaço para falar sobre a
vida delas, a mudança que ocorreu após a cegueira”, conta.
Após
dois anos envolvida nessa atividade e chegando ao fim da sua graduação, Amanda
deixou o projeto para realizar uma iniciação científica também relacionada ao
tema da deficiência visual, porém mais voltado para educação. Ao mesmo tempo,
ela precisava decidir qual seria seu projeto de conclusão de curso, o famoso
TCC.
Várias
ideias surgiram, mas uma se sobressaiu. Por que não escrever um livro para
contar a história daquelas pessoas? Um livro que pudesse fazer outras pessoas
refletirem sobre a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência terem
uma vida “normal” ou até mesmo o preconceito que elas sofrem após perderem a
visão. Então, Amanda escreveu o livro “À meia-luz: histórias de vida e
deficiência visual”.
A partir da história de vida de nove personagens reais, a jornalista fala sobre obstáculos do dia a dia dessas pessoas, como por exemplo, não poderem andar sozinhos na rua por causa dos buracos nas calçadas ou por sempre serem considerados incapazes, como se a deficiência fosse um empecilho para tudo.
A partir da história de vida de nove personagens reais, a jornalista fala sobre obstáculos do dia a dia dessas pessoas, como por exemplo, não poderem andar sozinhos na rua por causa dos buracos nas calçadas ou por sempre serem considerados incapazes, como se a deficiência fosse um empecilho para tudo.
“Eu
conheci pessoas que não se definem por conta de uma deficiência, o único
problema delas é a cegueira. Elas tem total capacidade de fazer as tarefas mais
banais, como por exemplo, limpar a casa, até outras que exigem mais habilidade,
como costurar ou empalhar cadeiras.
Elas não deixam a cegueira definir quem elas são. Elas têm nome, identidade, personalidade”, afirma Amanda.
Elas não deixam a cegueira definir quem elas são. Elas têm nome, identidade, personalidade”, afirma Amanda.
O
livro está disponível no formato digital no site da jornalista e também em
formato de audio livro, para que assim os próprios personagens e outras pessoas
com deficiência visual pudessem conhecer todas as histórias contadas.
Os links estão abaixo e quem quiser adquirir um exemplar impresso, pode entrar em contato pelo email dela.
Os links estão abaixo e quem quiser adquirir um exemplar impresso, pode entrar em contato pelo email dela.
Audiolivro:
https://soundcloud.com/amanda-fonseca-4/audiolivro-a-meia-luz-historias-de-vida-e-deficiencia-visual/s-m3sjO
Seria interessante fazerem uma pesquisa como estão sendo atendidos os deficientes visuais de Pindamonhangaba. Tem um aluno conhecido meu que tem que ir a São José dos Campos , Pró Visão para fazer atividades que desenvolvam sua capacidade em se adaptar a deficiência. Parece que em Pindamonhangaba não tem o ensino em braile nas escolas. A Câmara Municipal através de seus vereadores deveria se inteirar sobre o assunto e procurar desenvolver algum projeto.
ResponderExcluirParabéns a jovem pelo trabalho? vou ler o livro.Obrigada
Agradeço! Espero que goste do livro e vou procurar saber sobre a situação do atendimento de pessoas com deficiência visual em Pinda!
ExcluirEu quem agradeço. Vou entrar no seu site para ter acesso ao livro.meu e-mail acmarcato@gmail.com
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