quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Jornalista escreve livro sobre pessoas com deficiência visual

O projeto de conclusão de curso se tornou uma maneira de falar sobre mudança de vida, preconceito e acessibilidade


A Pindamonhangabense Amanda Fonseca e Silva tem 23 anos e se formou em Jornalismo no começo do ano passado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, mais conhecida como UNESP. Durante a graduação, ela se envolveu em diversos projetos, trabalhou como repórter da rádio da faculdade, repórter no web jornal e chegou a fazer até um documentário sobre intervenções urbanas.
No entanto, nesses 4 anos que viveu em Bauru, interior de São Paulo, ela se envolveu bastante com uma atividade específica, o “Biblioteca Falada”. Este projeto de extensão da Unesp Bauru é focado na acessibilidade informacional de pessoas com deficiência visual e consiste, basicamente, em transformar textos impressos em áudio e vai além disso, os voluntários fazem audiodescrição de capítulos de novelas, filmes e séries e quase todo material fica disponível no site www.bibliotecafalada.com.
 Em 2013, no início da nova versão do projeto, a então estudante foi selecionada como uma das coordenadoras responsáveis por gerenciar todas as produções e fazer o contato com instituições interessadas.
Foi assim, por meio do “Biblioteca Falada” que Amanda pode conhecer o Lar Escola Santa Luzia para cegos, uma instituição que desenvolve atividades socioeducativas e culturais para pessoas com deficiência visual. No Lar Escola, ela  conheceu vários alunos e começou a perceber que tinha muita história para ser contada ali. “Eu vi que aquelas pessoas mereciam ser protagonistas de algo, mereciam ter o espaço para falar sobre a vida delas, a mudança que ocorreu após a cegueira”, conta.
Após dois anos envolvida nessa atividade e chegando ao fim da sua graduação, Amanda deixou o projeto para realizar uma iniciação científica também relacionada ao tema da deficiência visual, porém mais voltado para educação. Ao mesmo tempo, ela precisava decidir qual seria seu projeto de conclusão de curso, o famoso TCC.
Várias ideias surgiram, mas uma se sobressaiu. Por que não escrever um livro para contar a história daquelas pessoas? Um livro que pudesse fazer outras pessoas refletirem sobre a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência terem uma vida “normal” ou até mesmo o preconceito que elas sofrem após perderem a visão. Então, Amanda escreveu o livro “À meia-luz: histórias de vida e deficiência visual”.
 A partir da história de vida de nove personagens reais, a jornalista fala sobre obstáculos do dia a dia dessas pessoas, como por exemplo, não poderem andar sozinhos na rua por causa dos buracos nas calçadas ou por sempre serem considerados incapazes, como se a deficiência fosse um empecilho para tudo.
“Eu conheci pessoas que não se definem por conta de uma deficiência, o único problema delas é a cegueira. Elas tem total capacidade de fazer as tarefas mais banais, como por exemplo, limpar a casa, até outras que exigem mais habilidade, como costurar ou empalhar cadeiras. 
 Elas não deixam a cegueira definir quem elas são. Elas têm nome, identidade, personalidade”, afirma Amanda.
O livro está disponível no formato digital no site da jornalista e também em formato de audio livro, para que assim os próprios personagens e outras pessoas com deficiência visual pudessem conhecer todas as histórias contadas. 
Os links estão abaixo e quem quiser adquirir um exemplar impresso, pode entrar em contato pelo email dela.






3 comentários:

  1. Seria interessante fazerem uma pesquisa como estão sendo atendidos os deficientes visuais de Pindamonhangaba. Tem um aluno conhecido meu que tem que ir a São José dos Campos , Pró Visão para fazer atividades que desenvolvam sua capacidade em se adaptar a deficiência. Parece que em Pindamonhangaba não tem o ensino em braile nas escolas. A Câmara Municipal através de seus vereadores deveria se inteirar sobre o assunto e procurar desenvolver algum projeto.
    Parabéns a jovem pelo trabalho? vou ler o livro.Obrigada

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    1. Agradeço! Espero que goste do livro e vou procurar saber sobre a situação do atendimento de pessoas com deficiência visual em Pinda!

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    2. Eu quem agradeço. Vou entrar no seu site para ter acesso ao livro.meu e-mail acmarcato@gmail.com

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