A partir de
dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do CAGED (Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados), a assessoria econômica da FecomercioSP estima
que o 13º salário dos trabalhadores celetistas da cidade de Pindamonhangaba deve
injetar na economia local até R$ 75,3 milhões no final de 2016. Tal cifra foi
calculada a partir da massa salarial média paga aos 32.564 trabalhadores formais
(com carteira assinada) ativos que iniciaram o ano de 2016, mais o saldo da
massa de salários resultante dos 8.961 admitidos e 9.375 desligados acumulados no
período de janeiro a setembro de 2016. Vale ressaltar que, no cálculo, não
foram considerados os recursos recebidos pelos aposentados e pensionistas, já
que grande parte do 13º foi pago antecipadamente.
Outro ponto
a ser destacado é que nem todos os trabalhadores recebem o 13º salário nos
meses de novembro e dezembro, e, por esse motivo, o valor máximo a ser injetado
na economia local é de até R$ 75,3 milhões. Em verdade, é sabido que o
pagamento do 13º salário deve ser feito pelo empregador em duas parcelas. A Lei
4.749, de 12/08/1965, determina que a primeira seja paga entre o dia 1º de
fevereiro até o dia 30 de novembro. Já a segunda parcela deve ser paga até o
dia 20 de dezembro, tendo como base de cálculo o salário de dezembro menos o
valor adiantado na primeira parcela.
Outra
ponderação importante a ser feita é que é praticamente impossível prever com
precisão a cifra que deve entrar na economia local, pois é evidente que nem
todos os trabalhadores alocarão seus recursos adicionais integralmente na
economia do município de Pindamonhangaba. Da mesma forma, é inviável projetar
quantos consumidores residentes em outros municípios podem optar por gastar
esse recurso extra na economia pindamonhangabense.
- Para onde vai
o 13º salário?
Em dezembro,
alguns setores varejistas faturam até 30% a mais do que em outros meses do ano.
Isso ocorre, pois, próximo de 1/3 do 13º salário é destinado ao consumo,
principalmente na compra de presentes e ceia de Natal e Réveillon. O restante é dividido entre o pagamento de dívidas (em
atraso ou não) e uma menor parte para uma poupança prévia.
- Qual a melhor
forma de aproveitar o 13º salário?
Para
otimizar o uso dos recursos provenientes do 13º, o primeiro passo é fazer uma
avaliação criteriosa do orçamento doméstico, atentando-se para o nível de
comprometimento da renda com o pagamento de dívidas (que deve ser de no máximo
30%). Se a pessoa já está inadimplente ou altamente endividada, o 13º salário
deve ser destinado ao pagamento de débitos. O pagamento de dívidas do cheque
especial e do rotativo do cartão de crédito deve ser priorizado, já que essas
modalidades de crédito cobram as maiores taxas de juros do mercado. Segundo
dados do Banco Central, em setembro as taxas de juros cobradas nessas linhas de
crédito atingiram 324,9% a.a. e 480,3% a.a., respectivamente, enquanto que no
crédito pessoal e no crédito consignado a taxa é de 135,1% a.a. e 29,3% a.a.,
respectivamente.
Para outros
tipos de dívidas, o consumidor pode aproveitar e negociar sua quitação à vista
e, dessa forma, conquistar descontos. Para as famílias que não possuem débitos
que comprometam mais de 30% da renda familiar, a melhor alternativa para o
salário adicional é poupar. Neste caso, o 13º pode dar uma boa folga no
orçamento familiar a partir de janeiro, quando chegam “dívidas de verão”, como
IPVA, IPTU, material e matrícula escolar e também as viagens de férias.
Segundo o
que manda a cartilha da economia doméstica, o consumo fica em última opção,
porém sabemos que alguns prazeres da vida não podem ser mensurados, como a
compra e a troca de presentes no período do Natal. Além disso, o consumo é responsável
por grande parte da formação de riqueza do país e é imprescindível ao
crescimento do mesmo. Desta forma, o consumidor precisa estipular o quanto pode
gastar e ser rígido com este patamar. Avaliar no papel, antes de sair às
compras, é um ato essencial para não perder controle na hora da aquisição dos
presentes.
- Na mídia,
nessa época do ano, existe um aumento de propagandas que estimulam o
consumidor a gastar o 13º dando entrada na compra de automóveis, imóveis
ou investimentos de valores mais altos. Usar esse “dinheiro extra” para
esse tipo de negociação é uma boa opção?
Todo fim de
ano as concessionárias iniciam os programas de descontos para aquisição do
carro 0 km. A intenção das fabricantes é liquidar o estoque do ano que está
acabando. Para aquisição de automóveis novos e até mesmo da casa própria, o 13º
salário torna-se uma porta de entrada à formação de dívidas de médio e longo
prazo. Como citado acima, o consumo deve ser a última opção para quem detém de
dívidas em atraso ou que comprometam mais de 30% da renda familiar. No caso
especial de mercadorias com maior valor agregado, e que necessitam de crédito
para sua aquisição, é importante ter um bom montante para dar a entrada e
diminuir o valor pago de juros no financiamento. Assim, para a aquisição de
bens duráveis, recomenda-se que o 13º salário seja um complemento de uma
reserva financeira já acumulada pela família.
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