Os trabalhadores da fábrica Novelis, em Pindamonhangaba, estão fazendo uma paralisação nessa quinta-feira, dia 7, para protestar contra o excesso de jornada na empresa e também pela Campanha Salarial.
O Sindicato dos Metalúrgicos afirma que tem recebido muitas denúncias de que a jornada diária de 12 horas tem sido algo constante em diversos setores da fábrica. Para o sindicato, a sobrecarga de trabalho é resultado da falta de efetivo na unidade.
No setor de Refusão, por exemplo, onde deveria ter 25 operadores por turno na área de “Holder”, tem apenas 18. De acordo com a entidade, a fábrica retirou um turno inteiro e submeteu esses funcionários a uma jornada diária de 12 horas.
”A gente está citando a Refusão, mas várias áreas estão assim. Dá mais de 60 horas na semana, totalmente ilegal. É absurdo. Com uma jornada tão pesada, com turno de revezamento, que já é desgastante, fazendo uma atividade exaustiva, em local perigoso, o risco de um acidente grave acontecer é altíssimo. A Novelis lucra tanto, mas nem adequa o seu efetivo”, disse.
No sábado, dia 2 de julho, um grave incidente ocorreu na Refusão, com vazamento de toneladas de metal líquido pelo chão da fábrica. Por sorte, ninguém se feriu.
Um mês atrás, durante manutenção no setor de Laminação a Quente, também houve acidente. Para ganhar tempo, a chefia insistiu em utilizar uma talha de baixa capacidade para levantar uma peça do laminador. A talha arrebentou e feriu três funcionários. Eles tiveram de ser hospitalizados, mas passam bem.
No último relatório financeiro, a Novelis apresentou o resultado anual que se encerrou em maio, conforme o calendário indiado. A Novelis teve aumento de 19% no Ebitda (lucro já descontado impostos e depreciações) e chegou a R$ 10 bilhões, o dobro do que ela lucrou cinco anos atrás.
O ato também pressionou a bancada patronal do Sindicel pela Campanha Salarial. Apesar da pauta já ter sido entregue, ainda não ocorreram reuniões. A data-base da categoria é 1º de setembro.
A Novelis atua no ramo do alumínio e emprega atualmente 1.300 pessoas em Pinda. Ela é subsidiária da Hindalco, a maior empresa do grupo indiano Aditya Birla.
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