Sérgio
Cursino
Fui
treinado a ver a vida com olhos realistas! Hoje me classifico como esse
‘realista esperançoso’ – vejo a realidade, busco ver a realidade, sem jamais
perder a esperança.
Fui
um menino que escolheu o mundo, viver no mundo, ir em busca dos meus sonhos,
não importasse o preço a pagar – e paguei o preço, sempre paguei, mesmo muitas
vezes não sabendo porque pagava tanto e tão caro.
Solidão.
Isolamento. Falta da família. Tristeza profunda. Noites chorando naquele
quartinho escuro sentindo falta de afeto e acolhida – foi um grande desafio.
Eu
percebi que não existia - nem nunca existiu - uma promessa de que eu não teria
pedras pelo meu caminho. Fui me confrontando com tristezas e decepções, com
frustrações e muitas dores.
Então
aprendi que não podia permitir que os contratempos e desafios me impedissem de
perceber a generosidade de deus e a beleza que existe em apenas viver – fui
descobrindo, até de maneira a mais natural possível, que eu precisava
desesperadamente acreditar nisso: eu deveria fluir feito um rio, eu não podia
me preocupar com os arbustos, os desvios, os contratempos – eu simplesmente
tinha que seguir.
E
então aprendi com tamanha velocidade e intensidade que amadureci em poucos
anos. Sou um verdadeiro sobrevivente.
E
então eu penso: o que uma vida fácil me daria? Como eu seria hoje? Eu teria
autoridade – e até credibilidade – pra falar daquilo que não vivi? Não, eu
tinha que viver, eu tinha que sentir, eu tinha que experimentar para falar sobre
a vida!
Permita-me
aqui uma sugestão muito respeitosa: atreva-se! Não se dê por vencido! E mesmo
nos dias de maior luta, naqueles dias sombrios em que o mundo parece desabar em
sua cabeça cansada tenha a certeza de que também virão os dias de glória – os
dias bacanas chegam depois de tanto sofrimento.
A
hora mais escura do dia acontece pouco antes do amanhecer. Quando estiver tudo
escuro, inspire o céu e expire as estrelas. Inspire-se! Amplie-se! E tenha a
certeza de que a luz há de brilhar forte, muito forte - iluminando qualquer
escuridão.
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