Metalúrgico diz que reforma vai exigir em média 10
anos a mais na categoria e dificulta também aposentadoria especial
O presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, Herivelto Vela, participou nessa
terça-feira, dia 26, de uma audiência pública sobre a Reforma da Previdência na
sede da OAB São Paulo.
Para um público de
desembargadores, juízes e advogados, Herivelto, que também é bacharel em
direito, falou da realidade das fábricas e de como a reforma pode impactar a
categoria metalúrgica.
Segundo o sindicato, cerca
de 1% dos trabalhadores que representa e que estão no setor de produção tem
hoje mais de 55 anos. Mesmo com alguma redução do valor, muitos escolhem
aposentar pelo tempo de contribuição ou pelo fator 86/96, opções que serão
eliminadas com a reforma e assim a idade mínima de 65 anos será obrigatória
para os homens e 62 anos para mulheres.
“O trabalhador não
aguenta. Mesmo que esse trabalhador já tenha o tempo de contribuição aos 55
anos, ainda vai demorar 10 anos pra aposentar e vai receber bem menos que no
modelo atual”, disse Vela.
Herivelto também falou das
mudanças na aposentadoria especial que, segundo ele, não tem sido muito
discutidas.
“Quem trabalha em local
insalubre, com excesso de calor, de barulho, de poeira, não terá mais uma
redução justa no tempo pra aposentar pra compensar o tanto que tiveram a saúde
prejudicada. E a reforma simplesmente excluiu a periculosidade da aposentadoria
especial, ou seja, não reconhece o risco de funções com energia elétrica, com
material inflamável, entre outras. Nenhuma empresa mantém um funcionário com
mais de 50 anos em qualquer uma dessas atividades que falei. O risco de
acidente é muito alto. Ela manda embora”, disse Vela.
A audiência pública foi
conduzida pelo presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB São
Paulo, José Roberto Victório Sodero.
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