Ítalo do Couto Mantovani*
A tendência da predominância das práticas policiais voltadas para o que é conhecido como “policiamento comunitário” exige uma interação entre polícia e comunidade. É desta interação que surgirá a confiança, base para implantação e consolidação dos programas comunitários de policiamento.
No
estado de São Paulo criam-se os Conselhos Comunitários de Segurança - CONSEG,
através do Decreto Estadual nº 23.455, de 10 de maio de 1985 e regulamentado
pela Resolução SSP-37, de 10 de maio de 1985. Cada CONSEG é uma entidade de
apoio à Polícia Estadual nas relações comunitárias, e se vinculam, por adesão,
às diretrizes emanadas da Secretaria da Segurança Pública, por intermédio do
Coordenador Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança.
Os
CONSEG, logo de início, foram implementados em mais de 520 munícipios. Hoje,
pelo próprio portal da Secretaria da Segurança Pública, temos 431 Conselhos
Comunitários de Segurança ativos no estado de São Paulo, sendo 92 na Capital,
55 na Região Metropolitana (municípios populosos admitem mais de um Conselho),
e o restante, 284 se localizam no Interior e Litoral do estado. Com uma conta
bem básica percebemos que tirando a cidade de São Paulo e a Região
Metropolitana da Grande São Paulo, que somados temos 40 municípios, restam no
estado todo 605 municípios e, hoje, temos apenas 47% de todo território com um
CONSEG, isto é, uma média de cada 2 municípios por um CONSEG.
Por definição da Coordenadoria Estadual dos Conselhos Comunitários de
Segurança, os CONSEG são entidades compostas por grupos de pessoas do mesmo
bairro ou município, que se reúnem para discutirem e analisarem, planejarem e
acompanharem a solução de seus problemas comunitários de segurança, desenvolver
campanhas educativas e estreitar laços de entendimento e cooperação entre as
várias lideranças locais. Cada Conselho é um instrumento de apoio à polícia
estadual nas relações comunitárias, e se vinculam, por adesão, às diretrizes
emanadas pela Secretaria da Segurança Pública, por intermédio do Coordenador
Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança. Na sua essência, os Conselhos
desenvolvem as reuniões ordinárias mensais no período noturno, em imóveis públicos
ou de uso comunitário que, preferencialmente, não sediem unidade policial,
seguindo uma pauta padrão, dentro de uma agenda prévia definida por calendário
anual. Além de ser um canal fomentador de orientação e prevenção primária no
que se refere à segurança pública.
A
participação da comunidade como um todo é essencial para que a parceria entre a
Polícia Civil e a Polícia Militar tenha êxito na prevenção ao combate a
criminalidade. E os CONSEG, exercem papel importante nesta política de governo.
Hoje,
na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN) com seus 39
municípios temos, pelo site da Secretaria da Segurança Pública do estado de São
Paulo, há mais de 10 municípios ativos com seus CONSEG e Pindamonhangaba é um
deles. Muitas vezes observa-se a sociedade reclamando que não sabe da próxima
reunião, quem são os membros, quais assuntos podem debater. Por isso, o próprio
portal do CONSE, dentro do site da Secretaria da Segurança Pública,
disponibiliza uma parte em que qualquer pessoa pode consultar as divisões da
Policia Civil e da Policia Militar que o município faz parte; fazer contato
para sugestão, dúvida, reclamação e até solicitação; consultar os membros da
diretoria do CONSEG e, por fim, não menos importante, as datas da reunião. Que
apenas para citar a de Pinda está marcada pra o próximo dia 30 de setembro, às
10h. Informações de fácil acesso e consulta, sem burocracia e pedido de dados
importantes do que faz a consulta.
A
utilização desta política voltada para segurança pública em Pindamonhangaba
ainda é muito incipiente. Poucos são os locais que dispõem de divulgação, as
reuniões muitas vezes acontecem em dias e horários que prejudicam a
participação de um número maior de membros da sociedade civil, até pouco tempo
estava desativado por falta de uma diretoria. É de se considerar também que
desconhecem sua efetividade ou mesmo por não saberem para que sirva. Por isso,
um município com mais de 150 mil habitantes, com membros de um conselho que
foram policiais precisam apoiar mais a política pública que fazem parte e não
só posar para foto. Temos apresentados altas taxas de criminalidade nos últimos
anos e pouco tem falado dos projetos de melhora. Precisamos de um apoio tanto
dos membros quando da sociedade civil para construção de uma cidade melhor na
área da Segurança Pública, ainda mais que temos uma política que vai na base do
problema para entender a situação e tentar melhorar.
* Diretor da Divisão
de Estudos e Monitoramento da Coordenadoria da Atividade
Delegada –
Secretaria de Governo Municipal da Cidade de São Paulo
Formado em Gestão de
Políticas Públicas pela USP
Mestre em Gestão e
Desenvolvimento Regional
Graduando e História
pela USP
Professor de
Cursinho pré-vestibular em São Paulo
Contato:
italocmantovani@gmail.com
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