Diante de tanta
preocupação quanto à forma correta de higienizar as mãos, devido à propagação
do novo Coronavírus no Brasil, uma dúvida frequente nas rodas de conversa
(ultimamente virtuais) é qual tipo de álcool utilizar. Líquido ou em gel? E
qual a importância da concentração?
Vale lembrar um
princípio básico antes de responder a essas questões. O álcool não é mais
eficaz que velhos conhecidos do nosso dia a dia: água e sabão. Lavar as mãos
corretamente, utilizando água e sabão, é fundamental para evitar as viroses
respiratórias, e o mesmo vale para o novo Coronavírus. E que o vírus acessa
nosso organismo através da boca e dos olhos principalmente.
Assim, o uso do álcool
é indicado para aqueles momentos em que estamos fora de casa ou do trabalho,
quando não é possível lavar as mãos. Nessa hora é que o álcool entra em cena,
para diminuir os riscos de contágio.
Mas e aí? Líquido ou
gel?
Segundo o prof. Carlos
Coelho, do Senai-SP, o mais importante é a concentração. “O ideal é que a
composição do produto seja de 70%. Aquele vendido em supermercados não resolve,
pois sua composição é de apenas 46%. Ele pode ser utilizado para limpar
superfícies, mas não esteriliza a área e não combate o vírus”, alertou.
Importante frisar que a partir de 60% de concentração o álcool já é eficiente,
mas não deve ser superior a 70%. Em relação ao gel, ele é melhor que o líquido
porque sua forma ajuda na aplicação, ao contrário do líquido, que escorre e
acaba desperdiçando mais.
Como assim? Se a
concentração for maior não é melhor para combater o vírus?
Nas farmácias é
possível encontrar álcool com maiores concentrações, com 80 ou até mesmo 99,6%,
sendo este chamado de álcool puro, ou absoluto. A maior parte das pesquisas
sobre o tema indica que a atividade antimicrobiana do álcool não é eficaz em
grau inferior a 60% e superior a 70%.
Por essa razão, o
álcool 70% é o ideal. Isso porque a desnaturação das proteínas do microrganismo
é mais eficiente na presença da água. Nesse percentual (70%) a entrada do
álcool para dentro da bactéria é facilitada, o que também retarda a
volatilização do álcool, permitindo maior tempo de contato.
Pesquisas sobre as
propriedades do álcool indicam que ele pode causar a morte celular de bactérias
e vírus, além de destruir a membrana celular externa por desidratação. Suas
moléculas penetram no citoplasma e, como resultado, precipitam as proteínas
devido à desnaturação. O álcool também causa coagulação de enzimas responsáveis
por atividades celulares essenciais.
Quando se utiliza o
álcool puro 99,6% para desinfecção, ocorre uma coagulação extremamente rápida,
não havendo penetração no interior da célula e, portanto, não mata o vírus.
Essa atuação ineficaz ocorre também pela rápida volatilização do etanol nessa
concentração.
Fonte: Senai
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