Por Sérgio Cursino
Há poucos dias fui surpreendido pelo falecimento de um
querido amigo. Eu tinha conversado animadamente com ele em nosso Mercado
Municipal numa manhã ensolarada de sábado.
Trocávamos ideias, falávamos de rádio e TV, discutíamos
sobre Jornalismo, avaliávamos a Comunicação que fazemos no Vale.
De repente ele se foi e fiquei sabendo pela imprensa. Fiquei
desolado, muito triste, a gente nunca consegue se despedir.
Depois o tema foi pauta de uma entrevista que produzi e
conduzi. Descobri que a cada 40 segundos
alguém comete suicídio: você tem noção do impacto dessa frase?
Aa cada 40 segundos um coração para de
bater, a cada 40 segundos sonhos viram pó, a cada 40 segundos alguém dá o
último suspiro e diz: "Chega. É o fim pra mim."
40 segundos fazem uma mãe se culpar
pela eternidade. 40 segundos separam o amor e o ódio. Quando uma pessoa pensa
em suicídio, ela quer matar a dor e não a si mesma.
Tomara que a gente não desista de ser
quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras
alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades
sejam impermanentes.
Que friagem
nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando
estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar
dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir
mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai
ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa. Como diria o doce poeta...
Te quero ver
feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas
ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a
descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças
acesas, como velas.
Vai em paz, amigo.
Sérgio Cursino é radialista desde 1977,
começou na Difusora Pinda.
Consultor em Comunicação.
Jornalista e publicitário.
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