Foi protocolado na
Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta terça-feira (1), um pedido
de impeachment contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ainda que não seja a
primeira vez que o tucano é alvo de um pedido de afastameto – em outubro de
2014 o deputado estadual Carlos Gianazzi havia oficializado uma solicitação
parecida -, funcionários administrativos da Alesp ficaram surpresos com a
iniciativa do empresário Felipe Gini, que escreveu o pedido com a ajuda de um
advogado.
“Me mandaram para uma área
de protocolos e o pessoal, quando viu do que se tratava, se reuniu e começou a
falar ‘meu deus, finalmente!'”, revelou o empresário. De acordo com Felipe, um
secretário, então, o encaminhou até a mesa do plenário, que estava vazio, onde
o pedido foi carimbado.
O argumento para que
Alckmin sofra um processo de impeachment, pelo pedido, é que ele teria
descumprido a lei federal que garante o livre direito a manifestação quando
reprimiu estudantes que ocupavam escolas que seriam fechadas e por ter,
supostamente, descumprido uma ordem judicial de interromper a chamada
‘reorganização’ escolar. De acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de
São Paulo, a Apeoesp, o governador vem promovendo uma ‘reorganização escolar
disfarçada’ e fechando salas de aula.
“A presente demanda tem o
intuito de apurar e impor sanções ao governador do Estado de São Paulo pela
prática de crimes de responsabilidade no exercício do atual mandato, em virtude
do desrespeito ao livre direito de manifestação, descumprimento de ordem
judicial e descumprimento de lei federal, todos relacionados com a denominada
“‘reorganização escolar'”, diz trecho do pedido.
Ainda que o pedido
dificilmente seja analisado – isso dependeria da decisão do presidente da Casa,
Fernando Capez, que é do mesmo partido que o governador -, Gini disse que
preferiu não o personificar em nenhum deputado para que ele não fosse
imediatamente colocado em votação e, naturalmente, reprovado. A ideia, à
princípio, era de ser um gesto mais simbólico. Mas só à princípio.
“À priori foi simbólico,
sim. Mas o rebuliço foi tão grande que me pergunto se isso [o impeachment] está
tão longe assim”, afirmou.
Para os tucanos paulistas
as coisas também não andam boas e a operação Alba Branca está cada vez mais
apertando o cerco com relação a suposta irregularidades em relação a merenda
escolar.
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