Em março de 2006, o cientista politico e membro da
Coordenação Nacional da Democracia Socialista, Joaquim Soriano, assinara um
artigo publicado do portal ‘Democracia Socialista’ sob o título “Como a TURMA
DE PINDA derrotou os cardeais do Tucanato”. Soriano referia-se à escolha de
Geraldo Alckmin para candidato à Presidência da República (2006), contrariando
a cúpula encabeçada por Fernando Henrique Cardoso que preferia José Serra e a
volta da mesmíssima patota ao centro do poder da República.
Da TURMA DE PINDA, porém, a única pessoa que acompanhou Alckmin
até à disputa nacional, foi o ex-assessor especial, o jornalista Luiz Salgado
Ribeiro –que não tinha aspiração política- irmão do ex-prefeito de Pinda,João
Ribeiro(EX PPS). É evidente que Soriano referia-se à TURMA DE PINDA pelo fato
do então presidenciável Alckmin ter sido vereador e prefeito pelo município e
alçado voos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal até chegar ao governo
do estado após ter sido vice de Mario Covas. O que o socialista não questionou em
seu o artigo -nem era o enfoque- foi o fato de Alckmin não ter feito herdeiros
em seu ninho, que desovassem fora de Pindamonhangaba. Depois do governador, nenhum
outro político do município despontou para o cenário nacional, ou melhor, nem
mesmo parao cenário estadual.
Esse fato evidencia a estagnação do PSDB de Pinda que nasceu
junto com o tucanato nacional, faz parte da sua história, e no princípio foi
muito bem representado por Alckmin. Isso nos leva a questionamento de alguns
fatos relacionados talvez a uma única resposta. Por que o prefeito Vito Ardito Lerário e seu
irmão Jânio Ardito, principais caciques do PSDB dePinda e região, nunca despontaram
como fortes aliados e herdeiros políticos de Alckmin? Por que todos os políticos
do PSDB de Pinda sempre estão à mercê dos Ardito Lerário? Por que o ex-vereador
Alexandre Pió , revelação na eleição municipal de 96, não cresceu mais do que
merecia e sempre esteve a serviço do partido? Por que o ex-prefeito de Roseira,
Francisco de Assis Vieira, o Chesco, interrompeu-se de cargos eletivos após ter
sido prefeito de Pindamonhangaba pelo PSDB sob o comando de Vitão?
Por que o já falecido, ex-vereador José Maria da Silva, eleito
por vários mandatos, não passou da Câmara Municipal? Por que o ex-prefeito de
Taubaté, Bernardo Ortiz, durou apenas 10 meses como Secretário de
Desenvolvimento no 1º mandato de Vitão e deixou o cargo furioso com o prefeito.
Por que o vereador Cal (PTB), que já foi vice-prefeito de Vitão e sempre esteve
ao lado do PSDB no munícipio, nunca conseguiu voos mais longos? Por que o
vice-prefeito Dr. Isael deixou prematuramente a Secretaria Municipal de Saúde?
Por que a ex-vice-prefeita Myriam Alckmin, mesmo sendo sobrinha do governador,
trocou o PSDB pelo PPS com o aval de seu tio ilustre?
Por que novos nomes do PSDB de Pinda, como RoderleyMiotto e
Rafael Goffi, só crescerão se não ficarem submissos aos Ardito Lerário? Por que o ex-prefeito João Ribeiro, eleito
vereador em 96 pelo PSDB, só teve ascensão politica após deixar o partido
tucano? Por que o próprio Geraldo
Alckmin, que colocou Vito Ardito no PSDB, deu de ombros para o tucanato
pindense? Por que Pindamonhangaba ficou quase estagnada nos 18 anos de PSDB,
mesmo tendo em grande parte desse período um governador natural do município e pertencente
ao mesmo partido do prefeito?
São várias as perguntas. E como já foi descrito neste
artigo, se afunilam a uma só resposta: VITO ARDITO LERÁRIO. Ele é o principal responsável
pelo PSDB local não gerar nomes fortes que ultrapassem a fronteira do município.
Mesmo com o poder econômico e o comando voltado ao próprio umbigo, VitoArdito
sequer conseguiu chegar perto de uma cadeira na Assembleia Legislativa ou na
Câmara Federal, nas vezes que pleiteou voos mais longos. Talvez isso tenha sido
reflexo da dificuldade do prefeito pindense em valorizar a instituição
partidária e obter um apoio maior de Geraldo Alckmin, como foi o caso do
ex-prefeito de são José dos Campos, Deputado Federal Emanuel Fernandes, que
hoje caminha com as próprias pernas.
O prefeito de Pinda é dono de um populismo ultrapassado,
regado pelo poder económico. Na
administração pública, é campeão de feitos paliativos e sazonais,
principalmente em época de eleição, que não agregam valores globais ao
município. Populista de uma maneira um tanto sarcástica, recorre também a
subterfúgios nada convencionais quando se vê oprimido. Como foi na votação
relâmpago do Decreto 002/2007, pela Câmara daquele ano, comandada por Jânio
Ardito, que aprovara por 7 a 2 as contas do Prefeito VitoArdito, que havia sido
reprovada há dezenas de anos atrás. E os legisladores comandados pelos
ArditoLeráriovotaram sem nem lerem o projeto, o que liberou Vitão para disputar
a prefeitura em 2008 e perder para João Ribeiro nas urnas.
Não dá para prever o futuro político de
Pindamonhangaba. Mas um fato é certo. O
prefeito VitoArdito, que retornou em 2012 como um ‘Raylander ‘ enferrujado, recorrerá
aos seus métodos ortodoxos para conquistar a reeleição em 2016, independentemente
do futuro do tucanato local. Conclui-se, portanto que o pobre PSDB do berço de
Geraldo Alckmin está fadado a continuar encalhado junto com o prefeito Vitão.
Luiz Antônio de Melo é jornalistaMTB 24.591
l.a.melo @bol.com.br
twitter: @luizmelo50
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