A
gestão escolar permeia os campos pedagógico, administrativo, financeiro e de
recursos humanos, tanto no âmbito operacional da microesfera escolar, como da
macroesfera da gestão educacional do país, atuando em conformidade com a
legislação e política educacional vigente. Gerir uma escola requer olhar
conjuntural da educação por parte da equipe multidisciplinar gestora, além do
contínuo apoio direto e indireto da comunidade educativa, na pessoa dos pais
dos estudantes.
Dirigir
uma instituição escolar compreende integração das mudanças culturais e inovação
tecnológica, em total conformidade com a legislação educacional pertinente, mantendo,
ainda, o ensino contextualizado com a realidade local, de modo que faça sentido
para o estudante a aprendizagem desenvolvida. No contexto sociocultural de
desinteresse dos estudantes em querer estudar e descrédito da educação na
sociedade enquanto sistema operacional exitoso, a gestão escolar absorve para
si e representa o que há de mais complexo e desafiador na atualidade que é
garantir totais condições de aprendizagem. Não por nada, de acordo com a
Organização das Nações Unidas (ONU), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
brasileiro para o ano de 2023, melhorou em sua conjuntura histórica, mas baixou
na área de educação de qualidade.
Promover
as condições efetivas para garantir o avanço do processo de ensino e
aprendizagem é a missão da gestão escolar. Digamos que há uma “receita de bolo”
pronta para ser usada, nada nova, é verdade, mas é bem-vinda e funciona: 1) comunicação
constante e eficiente com a coletividade escolar (pais, estudantes e
profissionais da educação); 2) conhecimento técnico e sensibilidade humana por
parte da equipe gestora; 3) habilidades que favoreçam adaptação ao novo, em
completo respeito e atenção às tradições, que promovam ações voltadas para
melhorias, e, não menos importante 4) um corpo docente qualificado, com
expertise pedagógica, tanto pela experiência, como pela atualização de
conhecimento.
Nesse
sentido, de acordo com o estudo “Formação Continuada de Professores no Brasil”,
realizado em parceria com o Boston Consulting Group e o Instituto Ayrton Senna,
foi identificado que estudantes expostos e acompanhados por bons professores
aprendem de 47% a 70% a mais do que a média anual, no ano letivo; evidencia-se,
portanto, que capacitar o corpo docente (técnica e humanamente) é a opção mais
viável para melhorar o desempenho dos estudantes, suscitar cidadãos
esclarecidos e capacitados, e proporcionar uma sociedade mais desenvolvida.
Não
há dúvida de que uma aprendizagem personalizada e imersiva no ensino prático
(Cultura Maker) é a base para cultivar o gosto pelo estudo, por ser concreta,
tátil e garantir melhor abstração dos conceitos teóricos. Debater sobre a
formação continuada do docente é emergencial, não como tema sazonal, que sempre
volta com a mesma característica e desafio, mas tratá-lo com a seriedade que o
tema merece, pela importância e valor moral da educação na sociedade e pelo
reconhecimento de que a virada de chave do sistema educacional brasileiro passa
pela capacitação docente.
Por
meio de uma gestão escolar colegiada é possível atenuar desafios como 1) índice
de abandono e evasão escolar, 2) defasagem da aprendizagem, 3) atualização em
inovação tecnológica, 4) desinteresse dos alunos pelo estudo, e 5) ausência de
acompanhamento familiar em atividades escolares, como forma de reverter o
cenário de crise no sistema educacional do país. Em total conformidade com a
gestão educacional da nação, a gestão escolar pode desenvolver um exitoso
processo de ensino e vivência educativa. Gestão escolar eficaz e eficiente é
possível e é para hoje!
Por
Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, Filósofo e Pedagogo, Mestre e Doutor em
Educação, Diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira – “Sr. Sara” e Avaliador do MEC/Inep para cursos de graduação.
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