quinta-feira, 3 de junho de 2021

QUEDA NOS ASSASSINATOS?


 

Ítalo do Couto Mantovani*

 

            O Brasil teve uma queda de 11% nos assassinatos nos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2020. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

            Em janeiro, fevereiro e março, foram registradas 10.663 mortes violentas, contra 12.007 no primeiro trimestre de 2020. Ou seja, 1.344 a menos. Estão contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. A queda acontece após um 2020 violento, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. No ano passado, o país teve uma alta nos assassinatos após dois anos consecutivos de queda. Agora, apenas cinco estados contabilizam uma alta: três no Nordeste (Maranhão, Paraíba e Piauí) e dois no Norte (Pará e Roraima).

            Os dados disponibilizados pelo Portal G1 apontam que houve 10.663 assassinatos no 1º trimestre, 1.344 mortes a menos que no mesmo período de 2020, sendo que Roraima teve o maior aumento nos crimes: 19% e o Distrito Federal registrou a maior queda: -37%.

            Mesmo com essa propensão a diminui, a queda registrada no número de assassinatos no Brasil em 2019 foi a maior se for levada em conta a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número de vítimas também é o menor desde 2007, ano em que foi iniciada a coleta dos dados. O número impressiona, inclusive, porque até 2011 os dados do Fórum se referem a ocorrências (em que é possível ter mais de uma vítima). Ou seja, ainda assim, o número de 2019, que se refere a vítimas, é menor. Segundo alguns especialistas três meses é pouco tempo para identificar uma tendência. “Caso a curva permaneça em queda, será uma boa notícia que ainda exigirá debate e reflexão para identificarmos as causas”. Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que a redução dos assassinatos no 1º trimestre de 2021 é notícia a ser comemorada, mas ressalva que ainda é cedo para avaliar se há, de fato, uma tendência.

            O Estado de São Paulo acompanha a tendência do país. Em 2019 foram registrados pelo Portal da Secretaria da Segurança Pública do Estado 798 vítimas de homicídios dolosos e vítimas de latrocínio, em 2020 esse número cresce 7% chegando em 852 vítimas, mas em 2021 o número de vítimas no primeiro trimestre fica em 827, isto é, uma queda de 3% em relação ao ano de 2020.

            A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN), com 39 municípios, faz o caminho inverso do Estado e da União. Em 2019 a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte registrou nos três primeiros meses do ano 84 vítimas de homicídios dolosos e vítimas de latrocínio. Em 2020 esse número cresceu 4%, chegando em 88 vítimas. Em 2021 a RMVPLN cresceu 4,5% em relação a 2020, isto é, 92 vítimas. Ou comparando com o ano de 2019 o número aumentou em 9,5%. Com esses números conseguimos observar que a região concentra em média 10% de todos os homicídios que acontecem no Estado.

            Pindamonhangaba, de acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, ficou estável de 2019 para 2020, com o mesmo número de vítimas de homicídios dolosos e latrocínio de janeiro a março, 6 vítimas. Já em 2021 esse número aumentou em 33%. Saindo de 6 para 8 vítimas.

 

 

v    Assessor de Coordenador na Secretaria da Segurança Pública do Estado de SP

Formado em Gestão de Políticas Públicas pela USP

Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional

Professor de Cursinho pré-vestibular em São Paulo

Contato: italocmantovani@gmail.com

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário