Ítalo do Couto Mantovani*
O Brasil teve uma queda de 11% nos assassinatos
nos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2020. É
o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e
do Distrito Federal.
Em
janeiro, fevereiro e março, foram registradas 10.663 mortes violentas, contra
12.007 no primeiro trimestre de 2020. Ou seja, 1.344 a menos. Estão
contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os
feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. A queda
acontece após um 2020 violento, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. No
ano passado, o país teve uma alta nos assassinatos após
dois anos consecutivos de queda. Agora, apenas cinco estados contabilizam uma
alta: três no Nordeste (Maranhão, Paraíba e Piauí) e dois no Norte (Pará e
Roraima).
Os
dados disponibilizados pelo Portal G1 apontam que houve 10.663 assassinatos no 1º trimestre, 1.344 mortes a menos que no mesmo período de 2020,
sendo que Roraima teve o maior aumento nos
crimes: 19% e o Distrito Federal registrou a maior queda: -37%.
Mesmo
com essa propensão a diminui, a queda registrada no número de assassinatos no
Brasil em 2019 foi a maior se for levada em conta a série histórica do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública. O número de vítimas também é o menor desde
2007, ano em que foi iniciada a coleta dos dados. O número impressiona,
inclusive, porque até 2011 os dados do Fórum se referem a ocorrências (em que é
possível ter mais de uma vítima). Ou seja, ainda assim, o número de 2019, que
se refere a vítimas, é menor. Segundo alguns especialistas três meses é pouco
tempo para identificar uma tendência. “Caso a curva permaneça em queda, será
uma boa notícia que ainda exigirá debate e reflexão para identificarmos as causas”.
Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
afirma que a redução dos assassinatos no 1º trimestre de 2021 é notícia a ser
comemorada, mas ressalva que ainda é cedo para avaliar se há, de fato, uma
tendência.
O
Estado de São Paulo acompanha a tendência do país. Em 2019 foram registrados
pelo Portal da Secretaria da Segurança Pública do Estado 798 vítimas de
homicídios dolosos e vítimas de latrocínio, em 2020 esse número cresce 7%
chegando em 852 vítimas, mas em 2021 o número de vítimas no primeiro trimestre
fica em 827, isto é, uma queda de 3% em relação ao ano de 2020.
A
Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN), com 39
municípios, faz o caminho inverso do Estado e da União. Em 2019 a Região
Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte registrou nos três primeiros
meses do ano 84 vítimas de homicídios dolosos e vítimas de latrocínio. Em 2020
esse número cresceu 4%, chegando em 88 vítimas. Em 2021 a RMVPLN cresceu 4,5%
em relação a 2020, isto é, 92 vítimas. Ou comparando com o ano de 2019 o número
aumentou em 9,5%. Com esses números conseguimos observar que a região concentra
em média 10% de todos os homicídios que acontecem no Estado.
Pindamonhangaba,
de acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, ficou
estável de 2019 para 2020, com o mesmo número de vítimas de homicídios dolosos
e latrocínio de janeiro a março, 6 vítimas. Já em 2021 esse número aumentou em 33%.
Saindo de 6 para 8 vítimas.
v
Assessor de Coordenador
na Secretaria da Segurança Pública do Estado de SP
Formado em Gestão de Políticas
Públicas pela USP
Mestre em Gestão e Desenvolvimento
Regional
Professor de Cursinho
pré-vestibular em São Paulo
Contato: italocmantovani@gmail.com
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