sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Deputado federal Paulo Teixeira contra as alterações do Estatuto do Desarmamento



O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) é autor do projeto de decreto legislativo que pretende suspender um decreto do presidente Michel Temer que faz alterações no Estatuto do Desarmamento.
O decreto presidencial, de dezembro do ano passado, aumentou de 3 para 10 anos o prazo de validade dos atestados de capacidade técnica para quem porta armas de fogo. Além disso, foi alterado o prazo de validade do porte de armas de três para cinco anos. 
A Comissão de Constituição e Justiça irá analisar o projeto de Teixeira, que afirma que o decreto de Temer desconfigura o Estatuto do Desarmamento. O parlamentar também afirma que o governo não apresentou qualquer estudo técnico ou médico para sustentar as mudanças, como a questão da capacidade técnica.
Outra alteração promovida pelo decreto é a permissão de uso das armas apreendidas pelas Forças Armadas e pelas polícias, material que antes era incinerado.
Teixeira aponta que o decreto foi publicado sem nenhum debate com a Câmara dos Deputados e a sociedade, e que a finalidade do governo é garantir o apoio de determinadas bancadas para a aprovação de seus projetos. “O prazo anterior de três anos é muito mais razoável e garante melhor fiscalização", afirma.
Entidades como o Instituto Sou da Paz também questionam o aumento do prazo para renovação do atestado de capacidade técnica. O período de dez anos “é suficiente para que você perca habilidade motora ou tenha problema de visão", diz Felippe Angeli, coordenador de advocacia do instituto. 
Julio Jacobo Waiselfisz, sociólogo e coordenador da pesquisa Mapa da Violência, afirma que as alterações enfraquecem do Estatuto do Desarmamento. "Vamos sair nas ruas e ver cenas de faroeste", alerta.
“Quanto mais armas disponíveis, mais elas serão utilizadas em brigas familiares, em desavenças de bar e para a prática de suicídios. O monopólio das armas de fogo deve ser dos órgãos de segurança pública e não compartilhado com cidadãos para que possam resolver conflitos por conta própria”, deputado Paulo Teixeira (PT).

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