segunda-feira, 24 de setembro de 2018

COMO A DEPRESSÃO PODE PREJUDICAR A SAÚDE BUCAL?


De acordo com a O.M.S. Organização Mundial de Saúde a depressão já atinge 7% da população mundial, sendo aproximadamente 400 milhões de pessoas acometidas pela doença.
 Além de todos os transtornos causados pela doença aos pacientes e familiares, os tratamentos contra depressão podem trazer consequências graves à saúde bucal.
Atualmente os antidepressivos são utilizados para tratar ou melhorar os pacientes a nível do estado mental.
Bioquimicamente os neurotransmissores têm um papel fundamental na explicação das causas da depressão, pois são eles os responsáveis pela condução do impulso nervoso. A administração de antidepressivos, durante pelo menos duas semanas, melhora a atividade funcional dos neurotransmissores, elevando os níveis de serotonina e noradrenalina no sistema nervoso central. Além da depressão, estes medicamentos podem ser utilizados no tratamento de doenças como a fibromialgia, bulimia e anorexia nervosa, ajudando no controle dos transtornos compulsivos e alguns tipos cefaleias.
Em odontologia o uso de antidepressivos pode resultar em alguns efeitos colaterais indesejados como: a interação com fármacos utilizados em consultório, alta incidência de cáries, hipocalcificação do esmalte, incapacidade de adesão das resinas restauradoras, infecções, fistulas, hipossalivação, abcesso e úlcera oral.
Tricíclicos: é o grupo mais antigo e mais utilizado no tratamento não só da depressão e outros distúrbios afetivos, como no tratamento da dor crónica. Deste grupo fazem parte a imipramina, a amitriptilina, a clomipramina.
O Prozac® (fluoxetina) chamado também Inibidor Selectivo da Recaptação da Serotonina, populariza-se por ser um antidepressivo com menos efeitos adversos.
Infelizmente a depressão tornou-se uma doença comum, encarada de forma menos séria ao haver uma maior familiarização com os antidepressivos e uma prescrição menos criteriosa.
A nível odontológico, os antidepressivos podem levar a um aumento do tempo de sangramento. Assim sendo, o cirurgião dentista deverá saber do uso de antidepressivos por parte do doente, para melhor avaliar os riscos sobre os procedimentos necessários.
O sistema hepático e renal funciona com maior lentidão em usuários de antidepressivos, sendo assim, existe maior dificuldade na assimilação outros medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios, que interferem com as funções do Sistema Nervoso Central e são muitas vezes recomendados pelo cirurgião-dentista.
Para o tratamento destes pacientes é primordial haver uma interação entre médico, dentista e psicólogo e um conhecimento pleno da utilização e efeitos colaterais destes medicamentos, para assim com segurança executar o seu trabalho e melhorar a qualidade de vida dos seus doentes.

Dr. Nilton José Lira CROSP: 97-089

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