Na
política, a hipocrisia é o outro nome da virtude. Nos partidos e nos governos,
nenhuma outra característica é tão comum. Mas alguns tropeçam. Quando o PSDB se
declarou chocado com o lero-lero de que Lula não sabia do mensalão, jamais
imaginou que mais tarde iria sustentar a tese segundo a qual nenhum dos seus
três governadores de São Paulo sabia do propinódromo Siemens-Alstom. Pode-se acreditar em
muita coisa, mas é bem mais fácil duvidar dos dois lados.
Na penúltima
novidade sobre as traficâncias paulistas, os repórteres Mario Cesar Carvalho e
Flávio Ferreira dão notícia de um documento apreendido na sede da Alstom, na
França. A peça carrega novos indícios de pagamento de propinas num negócio de
US$ 45,7 milhões. Coisa fechada em 1998, sob Mario Covas.
Considerando-se que nas últimas
eleições os escândalos não impediram o petismo de prevalecer no plano federal e
nem desbancaram o tucanato na cena estadual, pode-se intuir o seguinte: a
hipocrisia funciona porque o eleitor brasileiro cumpre o seu papel… de otário.
Poucos são otários por ingenuidade. A maioria sabe que recebe uma política para
otários. Mas só de raro em raro sucede um surto de revolta como o ronco de
junho de 2013. É como se no Brasil a hipocrisia tivesse virado uma forma de
patriotismo.
FONTE: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2014/01/20/psdb-reage-em-sp-como-lula-ninguem-sabia/
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