A teoria das necessidades humanas foi desenvolvida na década de 1950 e foi popularizada como Pirâmide de Maslow. Elaborada pelo psicólogo norte americano Abraham Maslow (1908 – 1970) tem como finalidade separar as diferentes necessidades humanas como etapas de contínuas superações, desde o que venha a ser básico, até ao redirecionamento existencial para realização humana.
Na base da pirâmide temos as necessidades
básicas, divididas em fisiologia e segurança. 1) fisiologia – respiração,
alimentação, hidratação, higienização e descanso; 2) segurança – saúde física e
mental, ter moradia, ter estabilidade no relacionamento afetivo e na profissão.
Superados as necessidades básicas, ao menos parcialmente, seguem-se as demais
etapas: social, estima e realização pessoal. 3) social – ênfase na interação e
no pertencimento grupal; 4) estima – status, auto estima, desejo de se sentir
necessário, competente e respeitado; e 5) realização pessoal – sensação de
evolução pela superação de desafios e concretização de sonhos.
Para além de qualquer crítica de
atualização conceitual da teoria das necessidades humanas, a Pirâmide de Maslow
continua sendo uma eficaz ferramenta de análise da qualidade de ambientes
profissionais. Transposto para o campo da educação, a teoria das necessidades
humanas permite desenvolver um cuidadoso olhar sobre a realidade escolar,
principalmente sobre os estudantes, sendo possível entender o que os motiva a
estudar, garantindo robusta e significativa aprendizagem.
Aplicados os conceitos da pirâmide
de Maslow na educação temos: 1) fisiologia – importância de garantir infraestrutura
para higiene pessoal e coletiva (banheiro limpo e equipado), hidratação e
ventilação (garantia de água fresca na mesa da sala de aula de cada estudante),
alimentação saudável na escola (sob acompanhamento da família e profissionais
da educação) e uma gestão da sala de aula que permita ao estudante ter o seu horário
de descanso (equilíbrio entre carga horária, atividades pedagógicas e
descanso); 2) segurança – efetiva estrutura de segurança (monitoramento de
câmeras, prevenção e manutenção de equipamentos, acessibilidade tátil nos
pisos, contingente de profissionais da educação suficientes em toda a escola) e
apoio psicopedagógico para todos os estudantes.
Na terceira etapa – 3) social,
propõe-se ações interativas e agregadoras de pertencimento institucional e
social, e práticas didáticas colaborativas, a fim de oportunizar que o
estudante contribua com a formação da turma; na quarta etapa - 4) estima, é possível ofertar atividades
extracurriculares, emitir elogios e feedback nos atos de avaliação de provas e
atividades avaliativas, visando reconhecer o esforço do estudante e, ao mesmo
tempo, estabelecer meios de que as habilidades dos estudantes sejam lapidadas
pelos próprios estudantes.
Por último, no topo da pirâmide, 5)
realização pessoal – a etapa mais complexa por ser subjetiva para cada estudante,
cabe ao professor em sala de aula e profissionais da educação no ambiente
escolar estabelecerem um movimento de provocação em forma de perguntas e oferta
de desafios pedagógicos, de modo que o estudante se perceba como pessoa que
pode e deve colocar em prática seus objetivos e realizações, sentindo que está
avançando na direção do que quer e deve fazer, dentro da moralidade e valor
pessoal.
Estudar o desenvolvimento contínuo
do estudante no contexto escolar exige de toda a comunidade educativa mapear as
necessidades humanas dos estudantes, bem como o que os motiva a estudar. Quando
não há aprendizagem, cabe à rede de apoio escolar entender as possíveis causas
e buscar as melhores soluções psicopedagógicas e sociais. Aplicação dos
conceitos da Pirâmide de Maslow na educação é possível e é para hoje!
Por
Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, Filósofo e Pedagogo, Mestre e Doutor em
Educação, Diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira – “Sr. Sara”.
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