Jornada aplicada prejudica a saúde, com mudança de turno toda semana; negociação está travada e fábrica está operando de forma irregular
Os trabalhadores da fábrica Novelis, em Pindamonhangaba, fizeram uma paralisação nessa quinta-feira, dia 12, para cobrar o pagamento de um adicional de revezamento de turno, em função de uma jornada de trabalho diferente, e também reivindicar pela Campanha Salarial.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a jornada aplicada na Novelis é a mais prejudicial para a saúde dos funcionários. Todos na produção mudam de turno a cada semana, o que provoca distúrbios do sono, stress, problemas de digestão, sobrepeso, compromete o convívio social e aumenta até as chances de ter doenças cardíacas no futuro.
De acordo com o presidente do sindicato, André Oliveira, por causa da agressividade da jornada, ela deveria ser de seis horas diárias, conforme determina a Constituição. Ela só é permitida de oito horas por meio de acordo coletivo com os sindicatos, que negociam alguma compensação, como o adicional de turno. Na GV do Brasil, outra metalúrgica da cidade, os trabalhadores recebem 20% de adicional por esse revezamento.
Ainda segundo André, hoje a Novelis está operando de forma irregular, sem acordo, pois o antigo terminou no dia 31 de julho. No meio da negociação do novo acordo a empresa deu a questão como encerrada.
“O adicional é vender a sua saúde, mas na Novelis nem isso ocorre. Ela tem recorde de produção e de lucro, mas não contrata pra reduzir a jornada diária, não paga o adicional e os trabalhadores nem conseguem tirar a folga mensal porque a chefia não libera. Tem funcionário com um ano de folga acumulada”, disse.
Outro assunto do protesto foi a Campanha Salarial. Há mais de um mês a pauta de reivindicações foi entregue para as bancadas patronais, no dia 29 de junho, mas até agora o Sindicel, que representa a Novelis, não respondeu.
O ato foi realizado em um campo aberto, próximo à fábrica, no distrito do Feital, para atender aos protocolos de saúde da pandemia.
A Novelis atua no ramo do alumínio e emprega atualmente 1.300 pessoas em Pinda. O último relatório financeiro da empresa apresentou crescimento recorde do lucro líquido em 597%. Ela é subsidiária da Hindalco, a maior empresa do grupo indiano Aditya Birla.
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