O deputado estadual padre
Afonso (PV) concedeu uma entrevista ao Jornal O Regional onde fez um balanço da
saúde da região e também falou da crise hídrica.
O Regional:Que balanço o
senhor faz da saúde em nossa região?
Padre Afonso: Nós
avançamos na questão da saúde. Hoje temos a Santa Casa de Lorena recuperada,
temos um Hospital Regional em Taubaté, mas temos problemas seríssimos com a
Santa Casa de Cruzeiro, de Cachoeira Paulista e de Guaratinguetá. Temos o
pronto socorro municipal de Taubaté, que não consegue atender à demanda e os
pacientes ficam aguardando leitos de UTI e internações.
Temos a Santa Casa de
Ubatuba que vai ter o problema resolvido, principalmente dos casos de alta
complexidade, com a implantação do Hospital Regional em Caraguatatuba. Essas
santas casas vivem em crise, alguma delas quase fechando. Em Campos do Jordão, por
exemplo, o Hospital São Paulo, foi encampado pela Prefeitura por um prazo de 90
dias, pois estava quase fechando.
Saúde sempre é um desafio
e as Prefeituras tem gasto 30%, que é o dobro daquilo que deveriam gastar para
não resolver o problema. Por isso defendemos a implantação de um Hospital
Regional no Vale Histórico para atender a 17 municípios e com isso diminuir o
impacto da demanda no Hospital Regional, em Taubaté.
Também avançamos: já temos
o AME em São José e em Caraguatatuba; o de Lorena deve ser inaugurado por esses
dias. E se Deus quiser, logo serão iniciadas as obras do Centro Lucy Montoro e
do AME em Taubaté. Mas ainda tem situações que nos preocupam muito.
Um exemplo são os casos de
oncologia que são muitos e o Hospital Regional, não está dando conta. Os
pacientes ficam aguardando meses por uma consulta, por um exame e depois,para fazer
uma cirurgia e ter o tratamento de radioterapia e quimioterapia. Seria
importante que tivesse outras unidades na região para o atendimento oncológico.
Resumindo: caminhamos, mas
ainda temos desafios como a questão do atendimento de oncologia, a falta de
leitos de UTI e a necessidade de implantação de um Hospital Regional no Vale
Histórico para atender melhor aquela região e diminuir o impacto aqui no
Regional.
O Regional: O Vale poderá
ficar sem água?
Padre Afonso: Sem dúvida a
questão água é séria. Temos a bacia do rio Paraíba do Sul que não tem recebido
investimentos. O rio está assoreado, a mata ciliar precisa ser recuperada e
ainda existe o impacto de uma extração de areia, infelizmente ainda predatória,
em alguns casos.
Existem mineradores que
não respeitam o mínimo da legislação e a Cetesb e o Ministério Público tem que
agir nesses casos. Também há aqueles mineradores sérios, mas alguns querem o
lucro a qualquer custo, destroem e não obedecem os limites. A recuperação das
nossas matas e de nossos mananciais também são ações muito importantes e
necessárias.
Não posso afirmar, no
entanto, se o Vale vai ficar sem água, mas enfrentará muitas dificuldades. Se
Deus quiser vai chover e a populaçãotambém está tomando consciência, mudando os
costumes, fazendo o uso racional da água e nós vamos superar essa crise.
Para isso será preciso
também haver investimentos nas bacias, ribeirões, com recuperação da mata
ciliar e sem o despejo de esgoto em nossos córregos, ribeirões e rios, pois o
Homem não vive sem água e é uma burrice nossa tratar os recursos naturais como
têm sido tratados. Temos desafios grandes a serem superados nessa questão.
O Vale não ficará sem
água, mas terá que tratar os seus recursos hídricos de maneira racional,
inteligente e planejar obras que possam evitar o pior. Eu diria que a obra
principalé a recuperação do rio Paraíba do Sul, da sua mata ciliar, a limpeza
das macrófitas e o cuidado para que a extração de areia seja mais sustentável e
respeite o meio ambiente. Assim a gente vai passar por essa crise.
O Regional: Como foi sua
visita à Fazenda Coruputuba?
Padre Afonso: Minha visita
foi para socorrer um grito da Cooperativa pedindo a minha visita, por causa das
dificuldades que está enfrentando. Eles assumiram a direção da fábrica, estão
produzindo, mas assinaram um contrato numa condição que hoje é desfavorável.
Isso trouxe muitas dificuldades e eles pediram ajuda para vencer esta fase.
Acho que seria necessária uma revisão urgente do contrato, que estabeleça uma
igualdade maior, com a possibilidade de vencer os desafios.
Também acho importante
encontrar parcerias e nesse sentido liguei para a Fíbria tentando promover essa
parceria e ajudar a Cooperativa.
Mas foi bonito ver o
esforço de trabalhadores, desses pais de família – são 180 famílias que
dependem daquilo para sobreviver – que recuperaram todo o parque industrial que
já estava defasado e colocaram a fábrica para funcionar.
Eu acredito na união das
pessoas para fazer acontecer o sonho dessa cooperativa quesempre terámeu apoio.
Eles agora precisam de toda a atenção e, portanto, rogo ao Judiciário que
observe todo o trabalho que está sendo feito e que não julgue simplesmente
olhando para o papel, mas que possa entender as dificuldades que eles passam e
a necessidade de uma revisão contratual.
O Regional: Em relação à
eleição municipal qual será a postura do deputado?
Padre Afonso: A postura do
deputado no momento é conversar, ouvir, ver quais são as demandas, ajudar o
município. É cedo para tomar uma postura em relação às eleições. Na hora certa,
no momento da eleição,vamos escolher um lado. Acabei de ser eleito e quero
trabalhar por Pindamonhangaba para ajudar a administração que aí está e fazer
parcerias para o bem da população. Este é um ano de trabalho e vamos fazer o
melhor para honrar os votos que tive na cidade e trazer melhorias para a
população.
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