terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

PINDAMONHANGABA EM 2024

 

 

Ítalo do Couto Mantovani*

 

Em 2024, a segurança pública em Pindamonhangaba enfrentou desafios e avanços significativos, refletindo tanto os esforços das autoridades quanto as dificuldades impostas pela complexidade do cenário urbano. No entanto, a violência e a sensação de insegurança ainda persistem em diversos bairros, revelando que a resposta das autoridades, apesar de bem-intencionada, ainda precisa se ajustar às reais necessidades da população.

Na última sexta-feira (31 de janeiro) a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) divulgou os indicadores criminais, produtividade policial e taxas de todo o estado de São Paulo. Pelo levantamento conseguimos observar que a taxa de homicídios no Estado foi de 35,06 a cada 100 mil habitantes. Em 2001 (início de mensuração deste índice). Em 2024, esse número foi reduzido para 5,9, o menor índice desde o início da série, isto é, o número de homicídios registrados em 2024 reduziu de 2.127 em 2023 para 2.065 em 2024. No campo de diminuição ainda temos, os furtos em geral, roubos a banco, de veículos e de carga também apresentaram queda no comparativo anual. Sem esquecer de que nossos policiais (sem aumento, sem bônus, sem reconhecimento de muitos e muitas vezes colocado no rol de que não fazem nada) teve uma produtividade policial com um grande avanço, crescimento provado em aproximadamente 21% no número de armas apreendidas, 13,4% no número de veículos recuperados e 7,7% no índice de presos e apreendidos. Por outro lado, Apesar da diminuição no número de homicídios e roubos, os crimes de latrocínio e estupro tiveram um aumento, 2% e 1% respectivamente no estado. Lesão corporal seguida de morte também aumentou, chegando em 103 em todo estado, no ano de 2024.

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN) apresentou uma queda em mais de 6% na taxa de vítimas de homicídios dolosos por 100 mil habitantes, mas continua sendo a região do estado com a maior taxa, saindo de 2023 com 12,55 vítimas por 100 mil habitantes para 11,71 (apenas por comparação, o estado todo, com 645 municípios, tem uma taxa de 5,9). Indicadores de furtos e roubos tiveram quedas de 6% e16% respectivamente. Em compensação os registros de estupro aumentaram em 2% (de 2023 para 2024) e latrocínio em 7%. Mesmo com aumento em 2% dentro dos estupros, o estupro de vulnerável teve uma queda de 2,5% saindo de 585 registros em 2023 para 571 em 2024. E no campo da produtividade o crescimento foi significativo, com 22% de crescimento em armas de fogo apreendidas, 33% a mais de veículos recuperados de 2023 para 2024 e 17% de prisões efetuadas a mais.

Pindamonhangaba teve a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes desde 2016, com 18,6 vítimas por 100 mil habitantes, isto é, 33 vítimas de homicídios dolosos em 2024 no município, se analisarmos o município na Região, Pinda concentrou sozinha 11% de todas as vítimas dos 39 municípios da RMVPLN. Um crescimento de aproximadamente 80% de 2023 para 2024. Indo totalmente na contramão das outros três grandes municípios da RMVPLN, por exemplo, São José dos Campos diminuiu 47%, com uma taxa em 2024 de 3,28 vítimas por 100 mil habitantes; Taubaté reduziu 37% e em 2024 fechou com 9,6 vítimas por 100 habitantes; e Jacareí 36%, com taxa de 5,8. O indicador de homicídios é o que sempre tem maior impacto social, midiático cultural na população, contudo, tirando o indicador de estupro (que foi quase homogêneo em todo o estado) os outros indicadores do município apresentaram queda. Declínios relevantes à segurança e ao cidadão. Furtos diminuíram aproximadamente 10%, Roubos 31% a menos de 2023 para 2024, Latrocínio em 2024 não houve registros e roubos e furtos de veículos uma queda de 12%, ou seja, nossa Polícia continua trabalhando e muito. Prova disso é a produtividade policial em Pinda, com 25 armas de fogo apreendidas em 2024, 56 veículos recuperados e mais de 244 prisões efetuadas.

Em suma, não podemos nos render aos noticiários policialescos de grande populismo e de notícias rasas, que muitas vezes simplificam ou distorcem a realidade, alimentando o medo e a desinformação. A segurança pública vai além dos casos isolados e da espetacularização de crimes, sendo fundamental analisar a complexidade das causas sociais, econômicas e estruturais que contribuem para a violência. Precisamos de um olhar mais crítico e de um debate aprofundado sobre políticas públicas eficazes, que priorizem a prevenção, a inclusão e a construção de uma cultura de paz, em vez de sucumbir ao sensacionalismo que apenas agrava o problema. Por isso, participar do CONSEG é fundamental para fortalecer a parceria entre a comunidade e as autoridades, promovendo um ambiente mais seguro e colaborativo, onde as necessidades locais são ouvidas e atendidas de forma eficaz, garantindo que as demandas da comunidade sejam discutidas e que as ações de segurança sejam mais alinhadas com as reais necessidades locais.

 


          * Diretor da Divisão de Estudos e Monitoramento da Coordenadoria da Atividade

Delegada – Secretaria de Governo Municipal da Cidade de São Paulo

Formado em Gestão de Políticas Públicas pela USP

Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional

Graduando e História pela USP

Professor de Cursinho pré-vestibular em São Paulo

Contato: italocmantovani@gmail.com


           


 

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