Ítalo do Couto Mantovani*
Em 2024, a
segurança pública em Pindamonhangaba enfrentou desafios e avanços
significativos, refletindo tanto os esforços das autoridades quanto as
dificuldades impostas pela complexidade do cenário urbano. No entanto, a
violência e a sensação de insegurança ainda persistem em diversos bairros,
revelando que a resposta das autoridades, apesar de bem-intencionada, ainda
precisa se ajustar às reais necessidades da população.
Na última
sexta-feira (31 de janeiro) a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São
Paulo (SSP-SP) divulgou os indicadores criminais, produtividade policial e
taxas de todo o estado de São Paulo. Pelo levantamento conseguimos observar que
a taxa de homicídios no Estado foi de 35,06 a cada 100 mil habitantes. Em 2001
(início de mensuração deste índice). Em 2024, esse número foi reduzido para
5,9, o menor índice desde o início da série, isto é, o número de homicídios
registrados em 2024 reduziu de 2.127 em 2023 para 2.065 em 2024. No campo de
diminuição ainda temos, os furtos em geral, roubos a banco, de veículos e de
carga também apresentaram queda no comparativo anual. Sem esquecer de que
nossos policiais (sem aumento, sem bônus, sem reconhecimento de muitos e muitas
vezes colocado no rol de que não fazem nada) teve uma produtividade policial com
um grande avanço, crescimento provado em aproximadamente 21% no número de armas
apreendidas, 13,4% no número de veículos recuperados e 7,7% no índice de presos
e apreendidos. Por outro lado, Apesar da diminuição no número de homicídios e
roubos, os crimes de latrocínio e estupro tiveram um aumento, 2% e 1%
respectivamente no estado. Lesão corporal seguida de morte também aumentou,
chegando em 103 em todo estado, no ano de 2024.
A Região
Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN) apresentou uma queda
em mais de 6% na taxa de vítimas de homicídios dolosos por 100 mil habitantes,
mas continua sendo a região do estado com a maior taxa, saindo de 2023 com
12,55 vítimas por 100 mil habitantes para 11,71 (apenas por comparação, o
estado todo, com 645 municípios, tem uma taxa de 5,9). Indicadores de furtos e
roubos tiveram quedas de 6% e16% respectivamente. Em compensação os registros
de estupro aumentaram em 2% (de 2023 para 2024) e latrocínio em 7%. Mesmo com
aumento em 2% dentro dos estupros, o estupro de vulnerável teve uma queda de
2,5% saindo de 585 registros em 2023 para 571 em 2024. E no campo da
produtividade o crescimento foi significativo, com 22% de crescimento em armas
de fogo apreendidas, 33% a mais de veículos recuperados de 2023 para 2024 e 17%
de prisões efetuadas a mais.
Pindamonhangaba
teve a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes desde 2016, com 18,6
vítimas por 100 mil habitantes, isto é, 33 vítimas de homicídios dolosos em
2024 no município, se analisarmos o município na Região, Pinda concentrou
sozinha 11% de todas as vítimas dos 39 municípios da RMVPLN. Um crescimento de
aproximadamente 80% de 2023 para 2024. Indo totalmente na contramão das outros
três grandes municípios da RMVPLN, por exemplo, São José dos Campos diminuiu
47%, com uma taxa em 2024 de 3,28 vítimas por 100 mil habitantes; Taubaté
reduziu 37% e em 2024 fechou com 9,6 vítimas por 100 habitantes; e Jacareí 36%,
com taxa de 5,8. O indicador de homicídios é o que sempre tem maior impacto
social, midiático cultural na população, contudo, tirando o indicador de
estupro (que foi quase homogêneo em todo o estado) os outros indicadores do
município apresentaram queda. Declínios relevantes à segurança e ao cidadão.
Furtos diminuíram aproximadamente 10%, Roubos 31% a menos de 2023 para 2024,
Latrocínio em 2024 não houve registros e roubos e furtos de veículos uma queda
de 12%, ou seja, nossa Polícia continua trabalhando e muito. Prova disso é a
produtividade policial em Pinda, com 25 armas de fogo apreendidas em 2024, 56
veículos recuperados e mais de 244 prisões efetuadas.
Em suma, não
podemos nos render aos noticiários policialescos de grande populismo e de
notícias rasas, que muitas vezes simplificam ou distorcem a realidade,
alimentando o medo e a desinformação. A segurança pública vai além dos casos
isolados e da espetacularização de crimes, sendo fundamental analisar a
complexidade das causas sociais, econômicas e estruturais que contribuem para a
violência. Precisamos de um olhar mais crítico e de um debate aprofundado sobre
políticas públicas eficazes, que priorizem a prevenção, a inclusão e a
construção de uma cultura de paz, em vez de sucumbir ao sensacionalismo que
apenas agrava o problema. Por isso, participar do CONSEG é fundamental para
fortalecer a parceria entre a comunidade e as autoridades, promovendo um
ambiente mais seguro e colaborativo, onde as necessidades locais são ouvidas e
atendidas de forma eficaz, garantindo que as demandas da comunidade sejam
discutidas e que as ações de segurança sejam mais alinhadas com as reais necessidades
locais.
* Diretor da Divisão de Estudos e
Monitoramento da Coordenadoria da Atividade
Delegada –
Secretaria de Governo Municipal da Cidade de São Paulo
Formado em Gestão de
Políticas Públicas pela USP
Mestre em Gestão e Desenvolvimento
Regional
Graduando e História
pela USP
Professor de
Cursinho pré-vestibular em São Paulo
Contato:
italocmantovani@gmail.com
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