quinta-feira, 14 de maio de 2020

Para ser eficiente no combate ao coronavírus, álcool em gel precisa ter concentração entre 60 e 70 por cento



Diante de tanta preocupação quanto à forma correta de higienizar as mãos, devido à propagação do novo Coronavírus no Brasil, uma dúvida frequente nas rodas de conversa (ultimamente virtuais) é qual tipo de álcool utilizar. Líquido ou em gel? E qual a importância da concentração?
Vale lembrar um princípio básico antes de responder a essas questões. O álcool não é mais eficaz que velhos conhecidos do nosso dia a dia: água e sabão. Lavar as mãos corretamente, utilizando água e sabão, é fundamental para evitar as viroses respiratórias, e o mesmo vale para o novo Coronavírus. E que o vírus acessa nosso organismo através da boca e dos olhos principalmente.
Assim, o uso do álcool é indicado para aqueles momentos em que estamos fora de casa ou do trabalho, quando não é possível lavar as mãos. Nessa hora é que o álcool entra em cena, para diminuir os riscos de contágio.
Mas e aí? Líquido ou gel?
Segundo o prof. Carlos Coelho, do Senai-SP, o mais importante é a concentração. “O ideal é que a composição do produto seja de 70%. Aquele vendido em supermercados não resolve, pois sua composição é de apenas 46%. Ele pode ser utilizado para limpar superfícies, mas não esteriliza a área e não combate o vírus”, alertou. Importante frisar que a partir de 60% de concentração o álcool já é eficiente, mas não deve ser superior a 70%. Em relação ao gel, ele é melhor que o líquido porque sua forma ajuda na aplicação, ao contrário do líquido, que escorre e acaba desperdiçando mais.
Como assim? Se a concentração for maior não é melhor para combater o vírus?
Nas farmácias é possível encontrar álcool com maiores concentrações, com 80 ou até mesmo 99,6%, sendo este chamado de álcool puro, ou absoluto. A maior parte das pesquisas sobre o tema indica que a atividade antimicrobiana do álcool não é eficaz em grau inferior a 60% e superior a 70%.
Por essa razão, o álcool 70% é o ideal. Isso porque a desnaturação das proteínas do microrganismo é mais eficiente na presença da água. Nesse percentual (70%) a entrada do álcool para dentro da bactéria é facilitada, o que também retarda a volatilização do álcool, permitindo maior tempo de contato.
Pesquisas sobre as propriedades do álcool indicam que ele pode causar a morte celular de bactérias e vírus, além de destruir a membrana celular externa por desidratação. Suas moléculas penetram no citoplasma e, como resultado, precipitam as proteínas devido à desnaturação. O álcool também causa coagulação de enzimas responsáveis por atividades celulares essenciais.
Quando se utiliza o álcool puro 99,6% para desinfecção, ocorre uma coagulação extremamente rápida, não havendo penetração no interior da célula e, portanto, não mata o vírus. Essa atuação ineficaz ocorre também pela rápida volatilização do etanol nessa concentração.

Fonte: Senai 


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