Existem projetos que nascem do papel. Outros, nascem da
escuta. E foi assim que começou essa caminhada: ouvindo. Observando de perto a
realidade de quem vive nos conjuntos habitacionais de interesse social da nossa
cidade.
Durante a campanha, visitei o Bem Viver, no Araretama, um
dos maiores conjuntos habitacionais do Vale do Paraíba, com mais de 1.400
apartamentos. Estive também no CDHU do Azeredo, nos predinhos do Karina Ramos,
e em outras áreas onde moram famílias que lutaram para conquistar sua casa, mas
que ainda vivem sem dignidade mínima.
Nesses lugares, ouvi relatos de crianças preocupadas com
escorpiões, de mães que convivem com problemas sérios no sistema de esgoto,
iluminação precária, parquinhos quebrados, bancos de concreto pela metade,
drenagem ineficiente e abandono das áreas comuns. Lugares onde o tráfico avança
justamente porque o Estado se ausenta.
E por que o poder público não atua ali? Porque, até agora, a
legislação não permitia que o município entrasse para prestar serviços básicos
nesses locais, mesmo sendo evidente a necessidade.
Foi com esse sentimento de urgência e responsabilidade que
me debrucei sobre o tema e escrevi o projeto de lei de minha autoria, que foi
aprovado pela Câmara Municipal nesta semana.
Agora, o texto segue para sanção do prefeito, e a minha
expectativa é que seja aprovado com a mesma sensibilidade com que foi
construído — pensando nas famílias que mais precisam.
O projeto autoriza a Prefeitura a prestar serviços como
limpeza, capinação, drenagem, conservação de áreas verdes, poda de árvores,
instalação de lixeiras, manutenção de bancos e iluminação pública em conjuntos
habitacionais de interesse social — como o Bem Viver, o CDHU, o Karina Ramos e
tantos outros que ficaram esquecidos por anos.
Essa proposta nasce de quem andou pelos bairros, ouviu as
pessoas e decidiu agir.
Com apoio dos colegas vereadores, aprovamos a minha lei.
Uma lei que nasce da realidade. Que nasce do povo. Que nasce
da escuta.
E não é só uma vitória política — é uma vitória da
dignidade.
Uma resposta concreta àquelas crianças que me mostraram o
abandono e me perguntaram quando alguém ia olhar por elas.
Essa conquista ninguém apaga.
E eu seguirei firme para garantir que ela saia do papel e
chegue a cada conjunto habitacional desta cidade.
Porque quem vive nas periferias também merece viver com
dignidade.
E esse é o tipo de política que transforma.
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