terça-feira, 28 de janeiro de 2020

O ANO DE 2019 DA NOSSA REGIÃO EM INDICADORES CRIMINAIS




Ítalo Mantovani*

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN), composta por 39 municípios, encerrou o ano de 2019 com grandes comemorações nos números criminais. Apresentando reduções em indicadores como o de vítimas de homicídios dolosos, latrocínios (roubo seguido de morte), roubo de veículos, furto de veículos entre outros.  Nossa polícia cada vez menor fazendo muito mais. Hoje, como um todo, é difícil saber o que fazer para responder à insegurança quanto explicar a incapacidade nacional de agir em uma determinada direção minimamente racional. Na segurança pública não é racional continuar fazendo o mesmo esperando alcançar resultados diferentes, mas nossas policias trabalham, dia após dia, para alcançar resultados cada vez melhores aos cidadãos.
No último dia 24 de janeiro de 2020, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo divulgou os resultados do mês de dezembro de 2019, assim fechasse um ano em dados criminais. A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN) tem muito que comemorar, seus indicadores tiveram reduções de importante valor para a sensação de segurança da população do Vale do Paraíba. Uma vez que, o que se entende por segurança tem menos a ver com crimes e mais a ver com confiança e ausência de medo.
Os 39 municípios que compõem nossa região tiveram uma queda de 10% em relação o número de vítimas de letalidade violenta, saindo de 338 vítimas em 2018 para 303 em 2019, ainda com a taxa mais alta por 100 mil habitantes do estado de São Paulo, de 11,9, mas a menor na série histórica dos últimos 10 anos. O roubo de veículos, em 2019, teve uma queda de 22% em relação ao ano de 2018. O número de vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) saiu de 26 em 2018 para 13 em 2019. Dos 23 indicadores disponibilizados, mês a mês, pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, 65% tiveram redução na nossa Região, 4% se manteve e 26% aumento. Destaque para o total estupro que saiu de 715 casos registrados em 2018, para 842 em 2019, um aumento de 18%. Dentro desse indicador ainda é importante salientar o estupro de vulnerável (menores) que teve um aumento de 19%, 534 ocorrências registradas em 2018 para 637 em 2019.
Pindamonhangaba, município com 7% da população da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, fechou em queda em 43% dos indicadores (contra 65% da RMVPLN). Destaque para os indicadores de tentativa de homicídios, com uma queda de 62% comparando 2019 com 2018. Número de vítimas de homicídios dolosos saiu de 18 em 2018 para 16 em 2019. O roubo de veículos teve uma queda de apenas 3 ocorrências, sendo que em 2018 foram registrados 93 ocorrências e em 2019 90 ocorrências. O roubo teve uma queda de 14% entre janeiro a dezembro de 2019 em comparação com 2018. Por outro lado, os indicadores de furto teve um aumento de 16% em 2019. Pindamonhangaba em 2019 teve 57 boletins registrados de estupros, um aumento de 63% em relação ao ano de 2018 que foram registrados 35. Um indicador crucial não só para segurança, mas para saúde foi o estupro de vulnerável, que em 2018 foram contabilizados 21 registros e em 2019 42, isto é, um aumento de 100% em nossa cidade. Dentre os 23 indicadores, o que mostrou o maior impacto negativo para nosso município foi o de roubo de carga, com um crescimento de 150% em apenas 12 meses. Chegando a casa dos 35 boletins de ocorrência registrados, com o mês de agosto chegando ao ápice de 9 ocorrências. 
Começou 2020 com desafios cada vez maiores, pois, uma vez que o estado, a região e nosso município reduzem indicadores a meta é manter esses números ou diminuir, só que nossa polícia está cada vez mais cansada, menos valorizada e trabalhando com menos que um ano atrás. Precisamos realmente de gestores municipais, estaduais e federais que não queiram apenas divulgar os dados estatísticos e se vangloriar da queda vertiginosa, mas que tenham políticas públicas preparadas com responsabilidades para todos. Muitas vezes o estudo de segurança não é apenas interpretar dados, mas sim conversar com os policiais da nossa ponta, saber a carência da nossa população em certos pontos de segurança fazem a percepção de segurança ser mudada em relação aos dados disponibilizados apenas pelo portal da Secretaria da Segurança.



v      Assessor de Gabinete na Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo
Formado em Gestão de Políticas Públicas pela USP
Mestrando em Gestão e Desenvolvimento Regional
Professor de Cursinho pré-vestibular em São Paulo
Contato: italocmantovani@gmail.com



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