terça-feira, 11 de julho de 2023

Educação, o “elo perdido” da nação: Desconstruindo sua invisibilidade



A educação é compreendida como processo escolar de instrução, polimento e disciplinamento social, e princípio educativo de ordem moral, concentrado em agremiações de pessoas, em suas diversas formas como famílias, grupos religiosos, hábitos de lazer, entre outros; ambas definições de educação reproduzem uma concepção de ser humano e sociedade, em maior ou menor intensidade, naturalizando direitos e possibilidades, deveres e limites, tornando a educação, por um lado, fonte motriz da cidadania e desenvolvimento humano, e, por outro, resultado de uma visão de mundo que anseia e espera por esclarecimento.

Muito se tem falado na atualidade sobre educação, passando pela sua definição, áreas de conhecimento, componentes curriculares, sistemas de ensino privados, tendências pedagógicas ideológicas, práticas didáticas inovadoras, projetos e programas educacionais federais (estes descontínuos), entre outros elementos do campo da educação, tornando-se um palco de apresentação pública, anunciada como de nível superior, mas com curta duração no cartaz midiático, confirmando a provisoriedade dos processos educacionais, sugerindo a inexistência de uma linha educacional nacional.

Sob a perspectiva de resultados e desempenho escolar, partindo das análises do sistema comparativo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a educação no Brasil está aquém do ideal de aquisição de conhecimento para cada etapa de ensino. Para uma melhor compreensão do assunto, tomando como exemplo atos grevistas, cabe refletir sobre o impacto sociocultural de um movimento grevista realizado por profissionais da educação e de profissionais de áreas econômicas, sendo que o primeiro, historicamente, arrasta-se por longo tempo, e o segundo se resolve com brevidade, evidenciando que, embora a educação seja apontada como fundamental sob a perspectiva moral, é negligenciada em sua estrutura operacional, sendo assumida como periférica.

Nesse sentido, a educação se mostra paradoxal por ser referendada como pilar do desenvolvimento humano, mas, ao mesmo tempo, é invisível como um “elo perdido”, havendo conhecimento na sociedade de que a educação existe, porém sem maior movimentação nos campos da gestão escolar, processos e procedimentos pedagógicos, e orçamentário-financeiro, resultando em infraestrutura precária e baixo contingente de profissionais da educação em expressiva parcela das unidades federativas do país. Em suma, recuperar a fé pública na educação é emergencial, tanto como processo escolar, como princípio educativo. É possível e é para hoje!

Por Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira – “Sr. Sara”; Mestre e Doutor em Educação.

 

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