Por Renato Matsuoka
Um quarto da população
mundial está passando fome, envergonhando a civilização moderna. Entre vários
problemas no Brasil, o que mais assusta (mais sórdida violência), que um ser
humano pode sofrer, é a fome, que cresce a cada dia, no país há muito tempo. Eu
não consigo me conformar em ver tantas pessoas passando fome, num país tão
grande (terras a perder de vista para plantar) como no nosso, do tamanho de um
continente (que dispõe de riqueza natural impressionante). Agricultura
vai bem, mas ninguém entende porque aparece a fome, como um dos problemas
eternos e sociais do país.
O nordeste detém,
lamentavelmente, o lugar de destaque, 80% da população faminta, lá 69% comem
menos do que deveria. Inadmissível que população local, esteja comendo brotos
de bambu e cactos cozidos.
O Barão de Itararé
disse: “Quando pobre come frango, um dos dois está doente”.
Cham Fortidiz disse,
“quem passa bem não sente o mal alheio, e quem come bem, não sabe quanto sofre
aquele que não tem o que levar a boca”.
O sociólogo Jean
Zleglez disse: “Morte pela fome é assassinato. A cada quatro minutos morre uma
pessoa de fome no Mundo, nunca tivemos tantos famintos no mundo, como hoje.
Desde o instante em que nasce a criança começa a morrer. É incompatível com a
dignidade humana”.
O americano Alvin
Tofler diz: “A fome humilha as pessoas. Quem tem fome tem pressa. A situação é
calamitosa, um descaso, uma vergonha”.
No Afeganistão, os
pais estão dando capim a seus filhos, porque não dispõe de outro alimento. No nosso
país o problema é sério e precisa ser visto com carinho e prioridade. Vamos dar
a volta por cima – todos de mãos dadas – arregaçar as mangas e trabalhar mais e
falar menos, não ficar só nos discursos, de braços cruzados, pois quem tem fome
não pode esperar. É necessário faze algo urgentemente. Enquanto, houver um
único ser humano com fome no mundo, ninguém poderá dizer que vive em paz. Com
fome (enquanto panela estiver vazia) não há cidadania, não há cidadão, não há
democracia. Podemos ajudar as pessoas em suas necessidades.
Erica Ramos afirma,
“Algumas vezes, não temos nem o que comer, tem dia que a gene não come nada. Às
vezes, famílias têm o que comer. Tem dia que a gente almoça, mas não janta.
Outro dia janta, mas não almoça. Não sabemos quando e nem de onde virá a
próxima comida. Não ter comida, faz doer o estomago”. Ela engana a fome dos
filhos com água e açúcar.
Mãe de filhos
mirrados. “Minha filha ficou fraca demais, não tem mais força para chorar, ela
é só pele e osso, morrendo nos meus braços, milha filha casada divide fubá e
rapadura com a gente. Deus não vê lágrimas da mãe aflita. Até quando dor e
sofrimento. Há momentos da minha vida, em que a dor é tão aguda que parece que
não terá fim. Quando não tem o que comer as crianças desmaiam, morrem de fome e
subnutrição”.
A dor dos pais verem
seus filhos passando fome é enorme. Eles não tiveram sorte de ter pais com
condições de lhes proporcionar uma vida melhor. Um crime dessas crianças foi
ter nascido pobre. De quem é a culpa? Quem são os principais e verdadeiros
culpados, responsáveis de toda a situação, são os pais que colocaram esses
inocentes seres no mundo, a própria sorte, como se fossem meros objetos?
É impossível combater
a fome, com eficácia, quando a taxa de natalidade é grande. Com o maior numero
de filhos é hora de tratar o tema “planejamento familiar”. Com prioridades e
direitos humanos, para melhorar a situação em todo mundo. Já afirmei por
inúmeras vezes, que problema menos é problema maior. Sem eles não haveria o
menor. Famílias carentes e miseráveis, possuem filhos que valem menos que
animais.
Natalia Oliveira diz:
“Muitas famílias carentes não têm comida para saciar a fome. Quando amanhece, a
única preocupação é obter alimento para mais um dia. Sem dispor de um prato de
comida todos vão dormir de barriga vazia, todos os dias. Comida (quando tem) é
mingau feito de farinha de milho com água. Comida é pouca, a fome é muita”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário