terça-feira, 21 de janeiro de 2025

A GESTÃO MUNICIPAL PARA OS PRÓXIMOS 4 ANOS NA SEGURANÇA

 



Ítalo do Couto Mantovani*

 

A falta de segurança é uma preocupação crescente em muitas cidades ao redor do mundo. Por levantamentos feitos na última campanha eleitoral a criminalidade e a insegurança foram consideradas como os maiores problemas das cidades. Além disso, no Brasil, a taxa de criminalidade é alarmante, com 461,5 ocorrências registradas para cada 100 mil habitantes, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança de 2024, índice do FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A insegurança nas grandes cidades é um problema complexo, muitas vezes ligado a fatores como desigualdade social, falta de recursos e planejamento urbano inadequado. O cenário revela a fragilidade dos arranjos institucionais da segurança pública no país e impõe desafios aos prefeitos que assumem o mandato (2025-2028). Neste ponto fica nítido que a segurança urbana é um aspecto fundamental para o bem-estar da população e o desenvolvimento das cidades. A prefeitura tem um papel crucial nesse processo, sendo responsável pela implementação de políticas públicas que promovam a proteção dos cidadãos e a redução da criminalidade. Isso envolve a colaboração entre diferentes órgãos municipais, como a Guarda Civil, e a integração com outras esferas de segurança, como a polícia militar/civil (estadual). Além disso, a prefeitura pode investir em infraestrutura urbana, iluminação e ações preventivas, contribuindo para um ambiente mais seguro e de qualidade de vida para todos.

Como bem disse Franco Montoro, ninguém vive na União ou no Estado, as pessoas vivem no Município. Essa frase reflete profundamente o papel central da gestão local no bem-estar social. É no município que o cidadão tem suas necessidades diárias atendidas, e é o prefeito quem exerce a responsabilidade direta de garantir qualidade de vida, segurança, educação e saúde para a população. Prova disso é que de acordo com o próprio FBSP em 2022 os municípios brasileiros chegaram a orçar mais de 8 bilhões de reais para Segurança Pública, uma representação de 7% do que é investido pelos entes da Federação; em 2019 (pré-pandemia) esse montante era de 6,7%. O Estado de São Paulo tem uma queda nos investimentos em Segurança Pública, desde 2024, até o final da Gestão PSDB o orçamento da segurança pública era 9,2% do orçamento do Estado, hoje, nos 3 anos de Tarcísio, é de apenas 6,5%. O papel do Estado perante a Federação e aos Municípios em investimentos no campo da Segurança chega a 80%, ou seja, o estado desempenha um papel fundamental na segurança pública, sendo responsável pela elaboração e execução de políticas que garantam a proteção dos cidadãos. Contudo, não é suficiente e isso faz com que os municípios ganhem espaço, busquem melhorias e até em desenhem políticas públicas dando mais poder aos Guardas Municipais.

O atual prefeito de Pinda em campanha eleitoral destacou a importância da integração entre as forças de segurança para garantir ações mais eficientes e estratégicas no município, isto é, com ações integradas e estratégias planejadas, o governo municipal reafirma seu compromisso em fortalecer a segurança pública de Pinda, promovendo iniciativas modernas e voltadas para atender às demandas da população com responsabilidade e eficiência. Pinda que em 2024 teve um orçamento na casa dos 60 milhões de reais para Segurança passa para o ano de 2025 com orçamento aproximado de 56 milhões, uma queda de 6%, mesmo assim representa quase 6% do orçamento do município, em comparações porcentuais, a cidade de São Paulo investe 1% do seu orçamento na área de Segurança.

Em suma, o que expressamos aqui é que o orçamento, a política e a gestão pública na área da segurança pública municipal são elementos interdependentes que determinam a eficácia das ações voltadas para a proteção da população. A alocação adequada de recursos financeiros no orçamento municipal é essencial para garantir que as forças de segurança locais, como a Guarda Civil (hoje mais de20% do orçamento), tenham os meios necessários para atuar de forma eficiente. Além disso, a formulação de políticas públicas voltadas para a prevenção da criminalidade e a melhoria da infraestrutura urbana, como iluminação e espaços públicos bem cuidados, também contribui para a segurança. A gestão pública precisa integrar essas ações de forma estratégica, promovendo a colaboração entre diferentes órgãos municipais e estaduais, e assegurando que as soluções sejam adaptadas às necessidades específicas de cada comunidade. Assim sendo, a gestão municipal tem a capacidade de identificar as particularidades e necessidades de cada bairro, criando soluções personalizadas que atendam diretamente à população. A segurança urbana não depende apenas das forças estaduais, mas também da atuação eficaz da prefeitura, que pode investir em políticas de prevenção, no fortalecimento das guardas municipais, na promoção de programas de integração comunitária e na melhoria da infraestrutura urbana.

 

* Diretor da Divisão de Estudos e Monitoramento da Coordenadoria da Atividade

Delegada – Secretaria de Governo Municipal da Cidade de São Paulo

Formado em Gestão de Políticas Públicas pela USP

Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional

Graduando e História pela USP

Professor de Cursinho pré-vestibular em São Paulo

Contato: italocmantovani@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário