sexta-feira, 1 de março de 2019

SEGURANÇA PÚBLICA E A QUALIDADE DE VIDA




Ítalo Mantovani ¹

“Você tem medo de morrer?”. Essa foi à pergunta realizada pelo jornal Folha de São Paulo em 2017. O resultado foi surpreendente, 80% da população apresenta algum tipo de medo relacionado à pergunta. Já uma pesquisa realiza pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que 47,2% da população sentem-se insegura dentro de sua própria casa. Percebe-se que a segurança pública ainda se mostra frágil e ameaçada por uma sensação que só aumenta ano após ano.

O senso comum diz, que a violência com o passar dos anos têm aumentando, mas para especialistas no assunto, ao longo da história tem se reduzido. Mesmo assim, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), só no ano de 2012 aproximadamente meio milhão de pessoas foram assassinadas em todo mundo. Nesse número estratosférico a grande maioria decorre de países do continente Americano, seguido pelo Continente Africano e Asiático. O pior é que um número muito maior se esconde dos dados oficiais, já que uma pequena parte da população registra essas ocorrências, a maioria desse crime não é notificada, prejudicando a realização de políticas públicas.

A América Latina e o Caribe apresentam uma população aproximadamente de 600 milhões de habitantes (9% do total do mundo), mas concentram 33% de todo homicídio mundial.  Comparando com o Brasil, só em 2016 o país indicou 62.517 mil registros de homicídios (ato em que consiste em uma pessoa matar outra). Chegando a maior taxa nos últimos 40 anos, de 30,3 por 100 mil habitantes. Essa taxa, analisando estado por estado tem destaque negativo para o Tocantins e o Maranhão, regiões Norte e Nordeste respectivamente, com um crescimento em 10 anos de 120%, na taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Já um destaque positivo vem do estado de São Paulo, que de 2006 a 2016 teve uma redução de 46% na taxa. Saindo de 21 homicídios por 100 mil habitantes e agora menos que 10 por 100 mil habitantes.

 O Estado de São Paulo investe aproximadamente, em Segurança Pública, 10% da receita. Em 2019 o valor da receita do Estado é de R$ 231.161.781.03,00 e desse montante, o empenhando para segurança está em R$ 22.191.142.922,00. Mesmo com mais de vinte e dois bilhões investidos em segurança, a Região do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN), com suas 39 cidades, ainda tem um destaque negativo, quando o assunto é homicídios.  A RMVPLN concentra 10% de todos os homicídios, ocorridos em 2018 no Estado. E dessa quantia, Pindamonhangaba têm no mesmo período 18 homicídios dolosos, 5% de todos os ocorridos na região. Em comparação com 2017 o município apresentou uma queda de quatro casos registrados. Em um curto período de tempo, mas em 2008 o município tinha 11 casos registrados. Ano após ano os homicídios tanto na RMVPLN crescem ou diminuem, mas o problema de acordo com pesquisadores é o registro. Muitas pessoas ainda sentem-se ameaçadas, com medo ou mesmo sem informação para registrar um Boletim de ocorrência.

Em suma, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, com seus mais de 2,5 milhões de habitantes, têm mostrado ano após ano a mesma tendência. O que precisamos são políticas públicas adequadas para a realidade de cada município. Secretários municipais de segurança que entendam sobre o assunto, sejam gestores e saibam como lidar com a realidade da cidade. O mundo, o país e o município estão evoluindo e a segurança pública é um dos pilares para manter a população mais cômoda em casa e na rua. Fora que uma segurança pública feita de forma correta, teremos uma saúde mais adequada e uma educação menos desigual, levando assim a uma qualidade de vida melhor para todos e todas que querem ter uma sensação de segurança prioritária em seu estilo de vida.



       Formado em Gestão de Políticas Públicas Pela USP
Mestrando em Gestão e Desenvolvimento Regional           
Professor do Cursinho Popular em São Paulo
Contatos: italo.mantovani@usp.br






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