segunda-feira, 13 de maio de 2024

Gestão Escolar: entre normas e ações democráticas


 

            A gestão escolar permeia os campos pedagógico, administrativo, financeiro e de recursos humanos, tanto no âmbito operacional da microesfera escolar, como da macroesfera da gestão educacional do país, atuando em conformidade com a legislação e política educacional vigente. Gerir uma escola requer olhar conjuntural da educação por parte da equipe multidisciplinar gestora, além do contínuo apoio direto e indireto da comunidade educativa, na pessoa dos pais dos estudantes.

Dirigir uma instituição escolar compreende integração das mudanças culturais e inovação tecnológica, em total conformidade com a legislação educacional pertinente, mantendo, ainda, o ensino contextualizado com a realidade local, de modo que faça sentido para o estudante a aprendizagem desenvolvida. No contexto sociocultural de desinteresse dos estudantes em querer estudar e descrédito da educação na sociedade enquanto sistema operacional exitoso, a gestão escolar absorve para si e representa o que há de mais complexo e desafiador na atualidade que é garantir totais condições de aprendizagem. Não por nada, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro para o ano de 2023, melhorou em sua conjuntura histórica, mas baixou na área de educação de qualidade.

Promover as condições efetivas para garantir o avanço do processo de ensino e aprendizagem é a missão da gestão escolar. Digamos que há uma “receita de bolo” pronta para ser usada, nada nova, é verdade, mas é bem-vinda e funciona: 1) comunicação constante e eficiente com a coletividade escolar (pais, estudantes e profissionais da educação); 2) conhecimento técnico e sensibilidade humana por parte da equipe gestora; 3) habilidades que favoreçam adaptação ao novo, em completo respeito e atenção às tradições, que promovam ações voltadas para melhorias, e, não menos importante 4) um corpo docente qualificado, com expertise pedagógica, tanto pela experiência, como pela atualização de conhecimento.

Nesse sentido, de acordo com o estudo “Formação Continuada de Professores no Brasil”, realizado em parceria com o Boston Consulting Group e o Instituto Ayrton Senna, foi identificado que estudantes expostos e acompanhados por bons professores aprendem de 47% a 70% a mais do que a média anual, no ano letivo; evidencia-se, portanto, que capacitar o corpo docente (técnica e humanamente) é a opção mais viável para melhorar o desempenho dos estudantes, suscitar cidadãos esclarecidos e capacitados, e proporcionar uma sociedade mais desenvolvida.

Não há dúvida de que uma aprendizagem personalizada e imersiva no ensino prático (Cultura Maker) é a base para cultivar o gosto pelo estudo, por ser concreta, tátil e garantir melhor abstração dos conceitos teóricos. Debater sobre a formação continuada do docente é emergencial, não como tema sazonal, que sempre volta com a mesma característica e desafio, mas tratá-lo com a seriedade que o tema merece, pela importância e valor moral da educação na sociedade e pelo reconhecimento de que a virada de chave do sistema educacional brasileiro passa pela capacitação docente.

Por meio de uma gestão escolar colegiada é possível atenuar desafios como 1) índice de abandono e evasão escolar, 2) defasagem da aprendizagem, 3) atualização em inovação tecnológica, 4) desinteresse dos alunos pelo estudo, e 5) ausência de acompanhamento familiar em atividades escolares, como forma de reverter o cenário de crise no sistema educacional do país. Em total conformidade com a gestão educacional da nação, a gestão escolar pode desenvolver um exitoso processo de ensino e vivência educativa. Gestão escolar eficaz e eficiente é possível e é para hoje!

Por Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, Filósofo e Pedagogo, Mestre e Doutor em Educação, Diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira – “Sr. Sara” e Avaliador do MEC/Inep para cursos de graduação.

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