A
educação é compreendida como processo escolar de instrução, polimento e
disciplinamento social, e princípio educativo de ordem moral, concentrado em
agremiações de pessoas, em suas diversas formas como famílias, grupos
religiosos, hábitos de lazer, entre outros; ambas definições de educação reproduzem
uma concepção de ser humano e sociedade, em maior ou menor intensidade,
naturalizando direitos e possibilidades, deveres e limites, tornando a educação,
por um lado, fonte motriz da cidadania e desenvolvimento humano, e, por outro, resultado
de uma visão de mundo que anseia e espera por esclarecimento.
Muito
se tem falado na atualidade sobre educação, passando pela sua definição, áreas
de conhecimento, componentes curriculares, sistemas de ensino privados,
tendências pedagógicas ideológicas, práticas didáticas inovadoras, projetos e
programas educacionais federais (estes descontínuos), entre outros elementos do
campo da educação, tornando-se um palco de apresentação pública, anunciada como
de nível superior, mas com curta duração no cartaz midiático, confirmando a
provisoriedade dos processos educacionais, sugerindo a inexistência de uma
linha educacional nacional.
Sob
a perspectiva de resultados e desempenho escolar, partindo das análises do
sistema comparativo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
(PISA), e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a educação no
Brasil está aquém do ideal de aquisição de conhecimento para cada etapa de
ensino. Para uma melhor compreensão do assunto, tomando como exemplo atos
grevistas, cabe refletir sobre o impacto sociocultural de um movimento grevista
realizado por profissionais da educação e de profissionais de áreas econômicas,
sendo que o primeiro, historicamente, arrasta-se por longo tempo, e o segundo
se resolve com brevidade, evidenciando que, embora a educação seja apontada
como fundamental sob a perspectiva moral, é negligenciada em sua estrutura
operacional, sendo assumida como periférica.
Nesse
sentido, a educação se mostra paradoxal por ser referendada como pilar do
desenvolvimento humano, mas, ao mesmo tempo, é invisível como um “elo perdido”,
havendo conhecimento na sociedade de que a educação existe, porém sem maior movimentação
nos campos da gestão escolar, processos e procedimentos pedagógicos, e
orçamentário-financeiro, resultando em infraestrutura precária e baixo
contingente de profissionais da educação em expressiva parcela das unidades
federativas do país. Em suma, recuperar a fé pública na educação é emergencial,
tanto como processo escolar, como princípio educativo. É possível e é para
hoje!
Por
Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira –
“Sr. Sara”; Mestre e Doutor em Educação.
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