O Ministério da Saúde celebra, em 31 de março, o Dia da Saúde e Nutrição. A data é uma oportunidade para debater e avaliar as práticas nutricionais e mostrar a importância de políticas de prevenção, a exemplo da redução do consumo doméstico de sal e açúcar.
Na Universidade de Taubaté (UNITAU), o Centro de educação alimentar e terapia nutricional (Ceatenut) desenvolve, há 15 anos, um trabalho gratuito de conscientização a respeito da importância do consumo saudável de nutrientes. Professores e alunos do curso de Nutrição compõem a equipe da clínica e buscam prevenir, cuidar e orientar as pessoas sobre doenças relacionadas à má dieta alimentar.
“Fazer 15 anos é uma conquista para a Universidade, avançamos muito porque temos muita abertura para fazer aquilo que acreditamos e que achamos importante, tanto para formar o aluno quanto para atender quem busca o nosso serviço. Tudo que fazemos no Ceatenut é discutido e trazido de modelos feitos em outras universidades importantes do país, nós aperfeiçoamos os serviços que hoje são referência no município na área da Nutrição”, afirma a Profa. Dra. Alexandra Magna Rodrigues, que ajudou na idealização e na construção da clínica.
Para os alunos, o Ceatenut é uma forma de complementar e de colocar em prática todos os ensinamentos da sala de aula, preparando-os para o exercício da profissão e para o mercado de trabalho. “O Ceatenut ajuda muito os alunos que querem a parte ambulatorial e de atenção secundária. É uma parte muito importante na nossa formação como nutricionista e vem me ajudando bastante como aluna. No estágio, conseguimos revisar tudo o que já foi aprendido em sala de aula e colocar isso em prática, com ajuda dos professores”, diz a aluna Fernanda Sendretti, do sétimo semestre do curso de Nutrição da UNITAU.
Segundo a professora, datas como a comemorada em 31 de março são importantes para reforçar a promoção da saúde. “Acredito que sempre precisamos chamar a atenção da sociedade para questões de saúde que são importantes e a alimentação é uma delas. Por isso, ter datas específicas para essa chamada contribui para que possamos discutir sobre as questões relacionadas à promoção da alimentação saudável e sobre as políticas brasileiras de nutrição”.
Estudos mostram que a má alimentação é a causa de mais mortes por ano no mundo, superando até o cigarro. De acordo com uma publicação da revista The Lancet, em 2019, a má dieta alimentar é responsável pela morte de 11 milhões de pessoas por ano. Já o cigarro mata 8 milhões. Segundo a revista, em 2017, uma em cinco mortes estava associada à má alimentação, que causa doenças cardiovasculares, câncer e diabetes.
Para a Profa. Alexandra, esses números são preocupantes, e considerando que o consumo de alimentos ultraprocessados vem aumentando e não há medidas regulatórias efetivas, dificilmente esse cenário mudará. “A alimentação é determinada por hábitos, pela publicidade abusiva relacionada aos alimentos ultraprocessados e à falta de ações que estão previstas nas políticas de alimentação e de nutrição. Nos últimos anos, estas políticas estão sendo desmontadas e interrompidas irresponsavelmente. A alimentação está relacionada às questões simbólicas e afetivas que interferem nas escolhas alimentares”, ressalta a docente.
Nos últimos anos, o uso de agrotóxicos também aumentou. Em 2021, foi registrado um recorde de 562 defensivos agrícolas liberados, 14% a mais do que no ano de 2020. Os registros vêm crescendo no país ano a ano desde 2016. “A liberação abusiva do uso de agrotóxico é um prejuízo à saúde das pessoas. Isso deveria ser criminalizado. A alimentação adequada é um direito constitucional e não um bem de consumo que pode ser vendido para gerar lucro a poucos grupos. Ela deve ser promotora de saúde e não de doenças, como vem sendo devido ao uso de agrotóxicos e de sementes transgênicas. A sociedade precisa dizer não ao consumo de alimentos com veneno”, reforça a Profa. Alexandra.
O hábito da alimentação saudável deve ser construído desde cedo, ainda na infância. Muitas crianças desenvolvem rapidamente doenças ligadas à má alimentação, como, por exemplo, a obesidade infantil.
Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças de cinco a nove anos apresenta excesso de peso. Para mudar esse cenário, a UNITAU inicia no dia 30 de março o projeto Obesidade Infantil (OI). O projeto consiste em realizar rodas de conversas com os responsáveis pelas crianças, abordando temas relacionados à saúde e à alimentação.
“A ideia do Projeto OI é um olhar mais integrado para as questões que estão relacionadas às crianças com excesso de peso. A gente vem discutindo sobre isso e temos cada vez mais procura nos serviços para ajudar essas crianças, então precisamos propor para os pais essa roda de conversa, pois são eles que cuidam da alimentação dos filhos”, finaliza a Profa Alexandra.
Para saber mais sobre outros projetos da UNITAU, acesse o site unitau.br.
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