Os números não mentem, não
podemos negar que a arrecadação da cidade vem subindo substancialmente, assim
como as taxas e impostos pagos pela população. Entretanto o que vemos não se
traduz na qualidade do atendimento de saúde, a conta não fecha, muito menos faz
sentido, como não faz sentido deslocar o munícipe para realizar cirurgia
eletiva em Caraguatatuba. Pindamonhangaba, em sua série histórica, sempre
contou com o Hospital Regional de Taubaté como referência, apesar de ter
capacidade financeira de construir um hospital municipal de média e alta
complexidade, ou mesmo firmar um convênio com a Santa Casa para atendimento das
cirurgias eletivas, ou de urgência, isso não ocorre. Falta vontade politica?
diálogo com o Governo Estadual ou Federal? A tabela do SUS estadual de São
Paulo foi atualizada com um valor adicional à do SUS federal, ou seja, o
recurso está lá, poderia estar aqui.
A realidade da população está
desconectada do discurso da atual gestão – basta verificar as inúmeras
reclamações, e até mesmo denuncias referentes a fila de cirurgias, que vão
desde um procedimento de baixa complexidade eletiva, até um atendimento de
urgência. A população que depende do SUS pede socorro e o que vemos são
inaugurações de obras de expectativa. A incoerência beira a insanidade, quando
vemos um terminal rodoviário no distrito de Moreira César abandonado, a quase
um ano, ali poderia ser um hospital, ou mesmo quanto foi gasto em
desapropriações de imóveis cuja finalidade não é o atendimento de saúde, a
conta não fecha. A empatia e solidariedade não é vista como prioridade, pois o
povo sem saúde não tem nada, falta de recursos financeiros não é. O que falta é
um olhar mais próximo daqueles que hoje padecem em uma fila sem resposta,
acompanhamento, ou até mesmo expectativa – a resposta na secretaria de saúde é
sempre a mesma, tem que aguardar, porém o rim doente vai aguardar? a fratura
vai aguardar? a pedra na vesícula vai aguardar? a dor de quem espera a fila sem
resposta não passa, e a cada dia a fila cresce sem uma real solução.
Patrícia Marcondes -
MTB 37.826/SP
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