“É
bom estarmos em um ambiente limpo”, frase que se escuta com frequência. É
verdade, a limpeza é uma das guardiãs da saúde física e mental, e por consequência,
proporciona sensação de conforto e bem-estar, regra que vale para qualquer
pessoa, em qualquer lugar.
Em
seguimento à tradição e cultura indígena, o Brasil é um dos países mais limpos
do mundo quando o assunto é asseio pessoal, banhando-se todos os dias; restrito
ao ambiente urbano, porém, permanece aquém com relação a conservação
patrimonial pública, representando ausência de pertencimento pátrio, bem como
ausência de senso de responsabilidade coletiva e cidadã. É bem verdade que a
difusão dos conceitos de limpeza e higiene são recentes na sociedade ocidental,
tendo destaque na vida das pessoas no início do século XIX, incentivado por
médicos que escreviam sobre a necessidade do uso do sabão. Desde então, uma
política e educação sanitarista foi lentamente ganhando espaço na sociedade.
Limpeza
e saúde caminham juntas, pelo motivo de diminuir riscos de concentração de
vírus, fungos e bactérias nos ambientes, bem como proporcionar benefícios à
pessoa, pelo cuidado do corpo e diminuição do estresse. Cabe recordar que a
responsabilidade da limpeza de qualquer lugar não é exclusiva de uma única
pessoa contratada para isso, mas de todos os envolvidos no ambiente comum, como
por exemplo, deixar o local organizado, contendo apenas objetos e equipamentos essenciais,
a fim de garantir funcionalidade e estética no ambiente.
De
igual maneira, no ambiente escolar, limpeza proporciona otimização da gestão do
tempo, aumento do rendimento escolar e produtividade dos alunos, considerando
que, amparado na Psicologia Social, entende-se que se o ambiente que frequento
e pertenço é limpo e confortável, simbólica e intuitivamente, reforçar-se-á a
percepção de que sou importante no ambiente comunitário; há, portanto, uma
sensação de conforto, segurança, confiança na coletividade escolar e abertura
ao processo de ensino e aprendizagem.
Cabe
menção à exitosa prática educativa do sistema educacional japonês, que defende
a participação dos alunos no cuidado e limpeza do ambiente escolar, a fim de
desenvolver no aluno o senso de trabalho coletivo, respeito mútuo e preservação
do patrimônio social. Inspirado na experiência do sistema educacional japonês,
a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei
1990/19, que estabelece que as escolas devem estimular a limpeza, manutenção e
conservação do ambiente escolar pelos alunos, com o objetivo de promoção da
responsabilidade social. Projeto que permanece em tramitação pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
Em
síntese, limpeza garante saúde, que, por sinal, é um direito constitucional; é
um valor educativo de ordem moral, e ferramenta pedagógica transversal que
auxilia, de modo indireto, no processo de ensino e aprendizagem. Consciência e
desenvolvimento do senso de limpeza no ambiente escolar é possível e é para
hoje!
Por
Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira –
“Sr. Sara”; Mestre e Doutor em Educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário