A contemporaneidade é um período histórico de contínuos avanços de lapidação ética e moral em todas as sociedades. Nas últimas décadas do século XX e início do XXI, ganhou força no mundo movimentos feministas em defesa de legítimas causas culturais, como equidade étnico-racial e de gênero, entre outros temas, conquistando maior inserção social com espaços de fala e exercício profissional, tanto por direito, como por reparação moral.
Por
diversidade cultural, entende-se a variedade de elementos presentes em culturas
diversas, como crenças, costumes, gostos, hábitos, línguas, visão de mundo,
entre outros fatores, existindo um modo peculiar de vivenciar cada cultura. Dada
a importância da pauta, em 2001, a Organização das Nações Unidas (ONU), por
meio das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), criou a
Declaração Universal sobre a diversidade cultural, reiterado pelos 185
Estados-Membros. A partir dessa declaração, em escala global, percebeu-se maior
movimentação de planejamento e financiamento de políticas voltadas para a pauta
da diversidade cultural.
No
Brasil, de acordo com dados do IBGE (2014), pouco mais de 54% dos municípios
tinham uma política cultural para o setor, como uma secretaria ou ações
pontuais, mas, apenas 5,9% dos municípios possuíam plano de cultura
regulamentado por instrumento legal, o que representa, por obviedade, um
descompasso histórico, requerendo sua elaboração com urgência. Por meio de uma
política de cultura, cabe parceria com o campo escolar, entendendo que está
ali, na escola, a fonte e a base da consciência cidadã, cujo projeto escolar
deve resultar em uma sociedade de igualdade e equidade étnico-racial e de
gênero, entre outras pautas culturais, garantindo enriquecimento cultural, bem
como constante exercício da tolerância, tornando-se inclusivo e compassivo.
Em
suma, embora o tema da diversidade cultural seja mais fortemente compreendido
pelos seus aspectos globais, de culturas diferentes, também pode ser abordado no
ambiente escolar, em sua microesfera de diferenças de hábitos, gostos e visão
de mundo, garantindo vivências aos estudantes que lhes permitam integrar a
diversidade cultural com naturalidade. Nesse sentido, é razoável dizer que a
cidadania global é resultado da vivência e apreensão do sentido e significado
da diversidade cultural. É possível, e é para hoje.
Por
Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira –
“Sr. Sara”; Mestre e Doutor em Educação.
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