Há
décadas cientistas do campo das Ciências Humanas estudam sobre o modo que o ser
humano apreende as informações. Mais recentemente, na década de 1990, popularizou-se
no campo dos negócios, o modelo de aprendizagem chamado 70 20 10, consistindo
em uma combinação percentual de três maneiras de aprendizagem: 1) aprendizagem
com experiência própria; 2) aprendizagem com outras pessoas; e 3) aprendizagem
formal. Voltado ao ambiente profissional, 70% do conhecimento adquirido é
proveniente da prática da experimentação, da superação de desafios e resolução
de problemas do cotidiano; 20% do conhecimento adquirido é fruto da troca e
compartilhamento de boas práticas entre os colaboradores do setor e nicho
produtivo; e 10% do conhecimento adquirido resulta do estudo formal acadêmico e
científico, por meio de cursos, vídeos, livros, entre outros meios.
Embora
seja questionável a abrangência desse modelo de aprendizagem no campo dos
negócios, são percentuais de aprendizagem representativos da maneira que cada
pessoa apreende as informações, a fim de ampliar os seus conhecimentos,
sobretudo profissionais. Uma vez implantado, o modelo de aprendizagem 70 20 10
proporciona aumento da motivação dos colaboradores, à medida que se percebem
qualificados e em condições de colocar em prática os estudos e experiências
adquiridas no cotidiano, tornando-se mais produtivos, e, consequentemente, mais
engajados institucionalmente.
Trasladado
esse modelo de aprendizagem do campo dos negócios para a educação, torna-se
factível implantar processos formativos para toda a coletividade escolar, como
estudantes, colaboradores e membros da comunidade educativa, tornando o
conhecimento do campo escolar completo para todos os envolvidos no meio escolar,
havendo, inclusive, mensuração de resultados. Para qualquer liderança, seja no
campo dos recursos humanos, gestão escolar, professorado em sala de aula, e
monitoria de estudo entre estudantes, far-se-á necessário proporcionar o
contexto ideal para cada uma das etapas.
Neste
sentido, tenhamos como exemplo um estudante de ensino regular que permanece 30
horas de estudo semanal no ambiente escolar, que, via de regra, adquiri conhecimento
restrito aos 10% do modelo de aprendizagem 70 20 10, por meio exclusivo de
aulas expositivas e vídeo-aulas; já sob a ótica profissional no ambiente
escolar, tenhamos como exemplo um colaborador com jornada de trabalho de 40 horas na semana, que
costuma adquirir conhecimento entre 20% e 70% desse modelo, a partir do estrito
cumprimento da rotina de trabalho. Há, portanto, uma excelente oportunidade de
repaginação do processo produtivo escolar, de modo que todos os estudantes e
colaboradores adquiram amplo e completo conhecimento por meio de todos os
percentuais desse modelo de aprendizagem. Em suma, o modelo de aprendizagem 70
20 10 não é uma fórmula mágica, mas pode garantir excelência educacional de
modo gradual.
Por
Rodrigo Tarcha Amaral de Souza, diretor da Escola Municipal Serafim Ferreira –
“Sr. Sara”; Mestre e Doutor em Educação.
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