“O
Auxílio Brasil do governo Bolsonaro é uma política pública de má qualidade porque
ignora as especificidades das famílias mais pobres e exclui boa parte delas com
critérios sem fundamento. O governo só lembrou do povo brasileiro faltando 90
dias para eleição. Aí eles resolveram ampliar o valor do Auxílio Brasil de R$
400 para R$600, com objetivo claramente eleitoreiro”. Essa é avaliação do
deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) sobre o atual formato do programa.
O maior
problema, diz ele, é que o recurso é fixo, sem qualquer diferenciação entre
famílias mais pobres ou menos pobres, ou entre famílias com mais ou menos
filhos. “É uma política social de baixa qualidade, que não prioriza realmente
os que mais precisam”, aponta o deputado.
Autor do
projeto do auxílio gás, Zarattini também critica a forma como Jair Bolsonaro e
seu ministro-banqueiro Paulo Guedes implementaram o benefício. Pensado como
forma de proteger as famílias do absurdo preço dolarizado do gás, embora o país
detenha reservas abundantes do combustível, o benefício acabou deturpado pelos
critérios adotados na regulamentação da lei.
Após a
aprovação unânime na Câmara dos Deputados, o ministro da Economia, que não queria
conceder o benefício, incluiu restrições na aplicação da lei. “Ele restringe o
auxílio gás apenas às famílias que tem maior número de filhos. Então, fez um
decreto dizendo: ‘vamos pagar prioritariamente para as famílias com cinco seis
filhos’. Resultado disso: o projeto que previa o pagamento para 24 milhões de
famílias no Brasil atendeu a apenas a cinco milhões e meio”, detalha Zarattini.
“Então, a
maioria das famílias brasileiras hoje que tem dois ou um filho, porque o número
de filhos por família foi reduzido nos últimos anos, não estão recebendo esse
auxílio”, aponta o deputado. “É mais uma política social de baixa qualidade que
esse governo propõe, que não atende realmente quem está precisando do auxílio
gás.”
Em um
eventual novo Governo Lula, diz Zarattini, será preciso manter o valor do
auxílio em R$ 600, intenção manifestada diversas vezes por Luiz Inácio Lula da
Silva, mas também melhorar a qualidade dessa política social, priorizando ou
melhorando auxílio para quem mais precisa. Além disso, defende o deputado, será
preciso adorar medidas estruturantes – entre elas, a geração de empregos.
“O Brasil
precisa de investimento público para que o emprego se multiplique, e onde é uma
prioridade? A moradia, a moradia popular”, aponta o deputado. “Esse governo do
Bolsonaro acabou com o projeto Minha Casa Minha Vida e acabou com subsídio para
as famílias de baixa renda. Nós vamos retomar esse projeto”, garante ele.
“Nós
vamos fazer com que a gente possa ter milhões de moradias populares gerando
milhões de empregos na construção civil e em toda a indústria que acompanha a
construção civil”, prossegue. “Então é possível rapidamente a gente dar uma
injeção na economia brasileira que possibilite a volta de emprego para a
população.”
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