As taxas de juros cobradas de forma abusiva pelos bancos no
Brasil foram denunciadas pelo deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) em
discurso no plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 17. “Nenhuma
atividade econômica no país consegue sobreviver a essas taxas de juros. O
sistema financeiro brasileiro cada vez está mais lucrativo e cada vez concentra
mais renda nesse país”.
O parlamentar apresentou os valores praticados pelos cinco
maiores bancos do país em serviços como cartão de crédito, empréstimo pessoal e
outros financiamentos. Juntos, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal,
Bradesco, Santander e Itaú detêm 72% do crédito no país. “Isso lhes permite
cobrar taxas de juros abusivas. O cartão de crédito Bradesco cobra 351% ao ano.
O Santander cobra 326% por ano. Das pessoas físicas, o Itaú cobra 40% ao ano e
o Santander 37% ao ano. Para a pessoa jurídica, o Santander cobra 54% ao ano,
no capital de giro, e o Bradesco cobra 29,5% ao ano”.
Zarattini lembrou, ainda, que a política praticada pelo
governo Bolsonaro e pelo Banco Central hoje, no Brasil, tem garantido a
manutenção dessa lucratividade abusiva e favorecido o monopólio dos bancos. De
acordo com o deputado, o lucro líquido desses bancos atingiu, no ano passado,
mais de R$ 100 bilhões. Essa dinâmica financeira, no entanto, prejudica os
pequenos empresários, que vêm sofrendo para fechar as contas no fim do mês. “Se
o empresário não tiver o seu próprio dinheiro, não vai ser esse financiamento
que vai garantir o desenvolvimento da empresa. É por isso que a economia
brasileira está deprimida, não cresce e não se geram empregos nesse país”,
criticou.
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