terça-feira, 2 de julho de 2019

CONTEXTO | Além Da Notícia



 Por Sérgio Cursino
ORGULHO? QUE ORGULHO? | sobre ser homem

Dia desses uma querida amiga me perguntava sobre as dificuldades em ser um homem tão tradicional, já das antigas, talvez até um pouco ultrapassado como eu.
Argumentei que jamais em toda minha vida tive qualquer tipo de tendência opressora ou mesmo preconceituosa no que se refere a preferências políticas, sexuais, afetivas, religiosas ou o que quer que seja.
Ainda jovem profissional de Comunicação eu convivi com todo tipo de preferências e estilos de vida em diferentes lugares, em várias capitais brasileiras.
Para mim foi fácil concluir que somos tão iguais e ao mesmo tempo diferentes – e que essa diversidade é que nos torna maiores, melhores, mais ricos. E que preconceito é um sentimento pequeno, menor, mesquinho, além de comprometer enormemente meu trabalho.
Comentei com ela não experimentar essa tal angústia, a depressão psicológica, o medo de fracasso, essas dificuldades afetivas.
Simplesmente sou quem sou, sem nunca ter essa sensação de ‘orgulho heterosexual’ ou qualquer coisa que o valha – não tenho tempo pra isso, reconheço total e absoluta inutilidade nessa questão, coisa de desocupado intelectual.
Não aceito nenhum roteiro imposto, respeito todos sob todos os aspectos e formas, não consigo entender como posso categorizar pessoas de acordo com suas opções, quaisquer que sejam elas.
E pra fechar: desde menino não reconheço o patriarcado como poder absoluto, eu repudio essa coisa besta e cafona de supremacia masculina, sempre compartilhei de experiências pessoais e profissionais extraordinárias com mulheres – muitas delas líderes notáveis, seres humanos admiráveis.
Vivo todo dia a desconstrução e reconstrução da minha própria masculinidade – que, reafirmo, não me causa orgulho algum.
Como diria o genial poeta, ‘prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.’
Viva a diversidade!
Abaixo o machismo babaca e ultrapassado!
Sérgio Cursino é radialista desde 1977,
começou na Difusora Pinda.
Consultor em Comunicação.
Jornalista e publicitário.

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