“Mais Direitos, Participação e Poder para as
Mulheres”. Avanços e Desafios.
A ideia de criar
o Dia da Mulher surgiu nos primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas femininas por
melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto. Inspirada por esse espírito, a líder socialistaalemã Clara Zebrino propôs à
SegundaConferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhaga, 1876, a
instituição do Dia Internacional da Mulher.
O Dia
Internacional da Mulher e a data de 8 de março são comumente associados a dois
fatos históricos que teriam dado origem à comemoração. Não existe consenso
historiográfico quanto a esses dois fatos, nem sequer sobre as datas, o que
gerou mitos sobre esses acontecimentos.
Nos países
ocidentais, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século,
até a década de 1920. Depois, a data foi esquecida por longo
tempo e somente recuperada pelo movimento
feminista, já na década de 1960.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em
dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para
lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
Na atualidade, a
celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido
original, adquirindo um caráter festivo e comercial.
Porém, apesar do
comércio, das flores, perfumes e batons, todo dia é dia de refletirmos sobre o
tema, mas o mês de março é sugestivo e nos leva naturalmente a lembrar das
mulheres e de sua importância.
Vivemos em uma sociedade patriarcal e
excludente, onde as mulheres entram no mercado de trabalho, mas não ascendem na
hierarquia das empresas, tendo salários, em média, 30% a menos que os homens.
E, na família, fica responsável ainda pelo trabalho doméstico que caracteriza
dupla jornada.Politicamente também estamos em grande desvantagem.
Embora a nossa Constituição Cidadã, ao tratar
dos direitos e garantias fundamentais, tenha colocado as mulheres em posição de
igualdade com os homens, épreciso reconhecer que tal isonomia ainda não
acontece, especialmente em relação à participação feminina na política. A baixa
participação das mulheres na política é um dos resultados mais visíveis das
relações de poder desiguais na nossa sociedade. Em um país predominantemente
machista, de raízes patriarcais, no qual o homem sempre ocupou postos de
comando, os desafios das mulheres ainda são gigantescos.
A Reforma Eleitoral, publicada em 29/09/2015,
trouxe alguns avanços. Mas, ainda é pouco, muito pouco. É hora de avançarmos
mais. Busquemos a garantia da paridade
de gênero nas esferas do poder.
Os desafios são muitos. A luta é árdua, os
avanços são lentos, mas a persistência feminina é colossal! O progresso da
participação feminina na política é fundamental para o fortalecimento da
democracia, já que a igualdade é um dos pilares do Estado democrático de
Direito, busquemos a equidade, os mesmos direitos, porém, com respeito à
singularidade de cada uma.
8 de março “Dia da Mulher” – Nenhum direito a
menos.
Leila de Almeida Ramos- Ativista feminista,
membro da ACEASPP, responsável pela Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim Da
Violência Contra as Mulheres no município de Taubaté. Colabora com o PRP -
Tremembé nas questões de gênero.
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