A cada dia que passa nos encontramos diante de desafios que nos
chamam a fazer escolhas, com as devidas consequências. Hoje, mais do que nunca,
precisamos aprender a ser mais de Deus e menos do mundo. Talvez por demasiado
tempo, tenhamos esquecido ou desaprendido a ser misericordiosos.
O tempo da quaresma – 40 dias e 40 noites – é tempo de
chamado que Deus faz a nós, homens e mulheres, a caminharmos com os pés nos
chão, mas com os olhos fixos no céu.
Herdamos do povo hebreu a tradição de gestos concretos que
nos ensinam a viver a fé; portanto, em obediência à experiência de Jesus no
deserto, nós também abraçamos o desafio de experimentar em nosso dia nosso
dia-a-dia que não estamos sozinhos: se permitimos, somos guiados pelo Espírito
Santo de Deus que nos ilumina, ajudando-nos a não perder o foco da nossa vida,
caminhando com esperança e na certeza de que, como Jesus Cristo percorre
conosco o nosso caminho, nós também somos chamados a caminhar juntos
reconhecendo o rosto de Deus no rosto do irmão.
Na Bíblia, o número quarenta é bastante frequente, para
representar períodos de 40 dias ou quarenta anos, que antecedem ou marcar fatos
importantes: 40 dias de dilúvio, quarenta dias de Moisés no Monte Sinai, 40
dias de Jesus no deserto antes de começar o seu ministério, 40 anos de
peregrinação do povo de Israel, no deserto etc.
Por isso, a quaresma é um tempo lindo, que fecunda a nossa
alma através da oração, do jejum e das obras de misericórdia. E diante disso o
que fazer? Num mundo frenético, como me comportar para fazer “a diferença”?
2- É urgente que abramos a nossa casa o nosso trabalho, as
nossas escolas, os nossos grupos de amigos para a misericórdia de Deus. Somente
assim, fazer a diferença!
Assim, esse tempo de Quaresma, todos e casa um é interpelado
a olhar pra dentro do coração e responder à pergunta que não quer calar, o que
devo fazer para melhorar a minha vida e a vida das pessoas que amo? O que devo
fazer para que no deserto da minha alma, Deus faça nascer um “jardim” de
respeito, de proteção de cuidado?
Às vezes buscamos segurança no trabalho, nos afetos, no
dinheiro, nos contatos que temos. Mas quem é capaz de vencer todas as
tempestades da vida é Jesus Cristo Portanto, urge que juntos, abramos a porta
como ensina São João Paulo II – de nossa vida para Deus.
Precisamos aprender a rezar mais, a falar mais com Deus;
jogamos tanto “conversa fiada” por aí; abandonando o direito e a possibilidade
de conversar com o Senhor, confiando Nele tudo o que de conversa com o Senhor,
confiando Nele tudo o que somos e temos. E para tanto, devemos resgatar o valor
do jejum, onde esvaziamos o nosso coração de tanta coisa acumulada e
abrindo-nos para as obras de misericórdia, redescobrindo que ainda vale a pena
“fazer o bem sem olhar a quem” onde não somos indiferentes às dores do nosso
próximo mais próximo de nós.
3- Ora, o tempo da quaresma nos auxilia a responder a tudo
isso e mito mais! Isto é, somos viandantes nessa vida! Não podemos parar!
Porque somos peregrinos do Céu! E como é bom ser peregrino quando os
companheiros de viagem são como irmãos, na certeza de que não existe quaresma
sem Páscoa!
Espero e rezo afim de que todos nós experimentemos a força
curativa do abraço do Pai Misericordioso que não se cansa de cuidar de nós!
Abençoada Quaresma! Abençoada Páscoa!
Pe Vitor Hugo Porto
Pároco Par. N. Sra. das Graças
Decano. Decanato Cristo Rei
Nenhum comentário:
Postar um comentário