O governador Geraldo
Alckmin e o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, anunciaram
nesta terça-feira, 26, os indicadores criminais de todo o ano de 2015. Pela
primeira vez na série histórica, desde 2001, todos os índices de criminalidade
do Estado de São Paulo apresentaram quedas ao final de um ano. Os indicadores do
ano passado apresentam os melhores resultados desde o início da análise
estatística, há 15 anos.
"Nós estamos frente a
um fato extremamente importante. O Estado de São Paulo, desde 2001 até hoje,
conseguiu reduzir os 11 indicadores. Nós tivemos queda e atingimos um número
histórico de 8,7 homicídios por 100 mil habitantes. Hoje somos o Estado e a
capital brasileira com menor indicador de criminalidade", afirmou Alckmin.
Em 2015, o número de
mortes registrou queda de 12,49% em relação ao ano anterior. Esta foi a
primeira vez que a taxa de homicídios no ano ficou abaixo de 4 mil. Na capital
paulista também houve queda: em 2015 foram registrados 991 homicídios ante
1.131 em 2014, uma queda de 12,38%. Pela primeira vez, São Paulo fechou o ano
com menos de mil homicídios. Com isso, a taxa de mortes violentas na capital
passou de 10,1 casos por 100 mil habitantes em 2014, para 8,73 no ano passado.
De acordo com o secretário da Segurança, a taxa nacional é de 30 por 100 mil.
Controvérsias segundo blog do jornalista Paulo
Henrique Amorim
Governo de SP manipula
dados. E o PiG adora! Na estatística do Alckmin, PM não mata!
A manchete da
"Folha" hoje grita, em corpo (tamanho de letra) usado somente em
casos muito especiais (atentados terroristas, acidentes aéreos, grandes
tragédias): "SP registra menor taxa de homicídios em 20 anos".
Faltou colocar um ponto de
exclamação, e tenho certeza que alguém lá quase fez isso. Os métodos do governo
Alckmin são exaltados e o tom das matérias é de comemoração. Me senti vivendo em
Genebra, ou numa pequena vila do interior austríaco.
Aí, perdido no texto,
explica-se que na esquisita -- esse "esquisita" é por minha conta --
metodologia usada pela Secretaria de Segurança do Estado uma chacina, por
exemplo, é considerada UMA morte para efeitos estatísticos, ainda que ela mate
cinco, oito, dez pessoas. Por esse método, oito mortos se transformam em... UM!
A taxa também é calculada
sem considerar casos de latrocínio (não são homicídios, incrível...) e
assassinatos cometidos pela PM (igualmente tratados como... como o quê,
mesmo?).
Graças a essa metodologia,
digamos, muito peculiar -- em que latrocínios e assassinatos cometidos pela PM
não são considerados "homicídios dolosos" --, a taxa de homicídios
por 100 mil habitantes caiu para 8,73 no nosso simpático e pacífico Estado.
Fossem levados em conta os números estranhamente ignorados -- de novo:
latrocínios e assassinatos cometidos pela PM --, essa taxa subiria para 11,7
para cada 100 mil habitantes. Acima de 10, a taxa é considerada "epidêmica"
por organismos internacionais, como a ONU.
Mas em São Paulo, oito
vira um, PM não mata e roubo seguido de morte não conta.
E vira manchete.
Opa
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