Procurador Antonio Florencio |
Em Pindamonhangaba, em outras cidades do Vale do Paraíba,
em diversos interiores do Brasil, e também nas capitais, com menor intensidade,
ouve-se bastante a seguinte expressão: família tradicional. E não pense que
essas pessoas estão falando a respeito das novas configurações de famílias (que
provam que o amor vai muito além do tradicional papai, mamãe e filhinhos),
estão falando de linhagem, de genealogia. E como eu sei se minha família é ou
não é tradicional? Depende para quem você pergunta. Para uma expressiva parcela
dos pindenses, família tradicional é aquela que habita Pindamonhangaba há
muitos anos e que tem uma história de riqueza e poder ligados, respectivamente,
à agropecuária e à política. Já Sérgio Buarque de Hollanda, um dos maiores
historiadores brasileiros, responderia que são famílias que, na grande maioria
das vezes empobrecidas, orgulham-se da riqueza e da pompa de um passado
distante (Vale do Paraíba: velhas fazendas, ed. José Olympio). Para mim, o
melhor seria enterrarmos essa expressão provinciana resultante da falta de
contato com atividades culturais ou intelectuais.
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