Diego Ortiz
Você sabia que no
sistema eleitoral atual, quando você vota em um deputado ou vereador está
votando em uma cadeira? Pois é. Em uma cadeira.
É a soma de todos os
votos recebidos por todos os candidatos de um determinado partido que determina
quantas cadeiras esse partido poderá ocupar no parlamento. Já aconteceu de um
partido ter recebido tantos votos, que pôde colocar na Câmara Federal deputado
que obteve 200 votos (estou arredondando os números), enquanto num outro
partido, determinado candidato que obteve 80.000 votos não conseguiu se eleger.
Matemática estranha, que em outra ocasião volto a comentar neste espaço.
Ou seja: o seu
candidato, por mais votos que possa obter, pode não ser eleito. Por isso, a
importância de se pensar em outra alternativa para que as eleições sejam mais
justas. Mas para isso é preciso mudar a Constituição Federal, coisa que nem
todos os atuais deputados estão interessados em fazer.
Uma das alterações na
reforma eleitoral seria a adoção do voto distrital.
Pelo voto distrital
elege-se apenas um candidato por partido, que responda pelos interesses de uma
determinada comunidade (no caso de vereadores) ou região (no caso de
deputados), que serão chamadas de distrito. Cada partido indica apenas um
candidato por distrito. Vamos exemplificar: O PT indica um, o PSDB indica um, o
PMDB indica um, o PSC indica um, o PSB indica um, o PSOL indica um ( e outros
partidos a mesma coisa) e assim teremos vários candidatos para escolher. Apenas
um deles será o escolhido para representar o distrito. Aí, sim votamos na
pessoa e não na cadeira.
Esse modelo de escolha
pode ser feito até mesmo em dois turnos para se ter a certeza de que o escolhido
tenha sido opção da maioria dos eleitores daquele determinado distrito, no caso
de num primeiro turno o candidato mais votado não supere a metade dos votos
válidos.
Candidato eleito, é
muito mais fácil que os cidadãos mantenham sobre ele uma rigorosa fiscalização.
O parlamentar vai estar, obrigatoriamente, mais próximo dos seus eleitores e
dos eleitores do seu distrito. O seu mandato vai ser muito mais eficiente
porque ele está sendo observado de perto.
Além disso, sendo a
campanha de alcance muito menor – apenas o distrito – será muito mais barata,
oferecendo condições para candidatos mais pobres, mais próximos do povo, sem
contar que diminuem as possibilidades de ingerência de corporações ou grupos
que se infiltram no processo eleitoral injetando recursos em determinados
candidatos, causando os transtornos e ocasionando inúmeros processos na justiça
por corrupção.
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