Dr. Isael deixa a Secretaria de Saúde e fala sobre o seu pedido de demissão

Em entrevista exclusiva ao nosso Blog, o médico e cirurgião Dr. Isael Domingues falou a respeito da sua saída do cargo de Secretário de Saúde de Pindamonhangaba, fato este ocorrido no último dia 05 de outubro, conforme pedido de demissão protocolado na prefeitura.

Confira a entrevista

Por que se chegou a essa decisão?

- Deixei a administração porque solicitei ao prefeito que me deixasse escolher os profissionais técnicos que iriam compor a minha equipe na saúde, e isso não ocorreu, somente fui atendido em dois cargos, seis meses depois, sendo o de Diretor de Vigilância Sanitária e o de Gestão Estratégica, tratando-se de Vânia Cristina Fernandes e Patrícia Galvão Junqueira, ambas com o aval da Sandra Tutihashi, sendo ainda que a Patrícia fez parte da gestão passada. Se o prefeito demorou seis meses para começar a me atender, como pode querer que eu acertasse a saúde em três meses? Finalizou que o motivo principal que me fez deixar esse desafio foi em virtude da falta de apoio do executivo, pois a Secretaria de Saúde não depende exclusivamente dela, e sim da administração num todo, coisa que o atual vice-prefeito não pode contar.

O que foi construído ao longo desses nove meses de gestão?

- A administração pouco andou, de uma maneira em geral. Obras inauguradas apenas duas, sendo uma da saúde, que foi um Posto de Saúde no bairro do Vila Verde, iniciado na gestão passada e apenas concluído nesta. A saúde passa por alguns gargalos, o principal é com relação ao sistema de informação, que dependemos exclusivamente do governo federal. Precisamos adquirir sistema próprio de gestão para evitar, por exemplo, os tumultos nos Centros de Especialidades Médicas. Outro gargalo é a defasagem dos prédios de saúde da região central, o prédio do Triangulo, que foi transferido da educação para a saúde, necessita de projeto para se adequar ao atendimento humano. Como fazemos se a Secretaria de Planejamento não está equipada e preparada para o crescimento do município? No resumo geral, avalio que pouco foi feito pela administração em uma amplitude de grandes necessidades, pois a cidade cresce dia a dia.

Em entrevista, o prefeito disse que o senhor não sabe administrar. O que tem a dizer disso?

- Administrar envolve gestão e domínio total sobre uma secretaria. E, com relação à colocação do prefeito, acho infeliz, pois exercia apenas o cargo de secretário, e a diretriz gestora da administração municipal teria que partir do prefeito em uma união ampla de todos os seus secretariados. Com relação a um possível retorno, reafirmo que partiu da minha vontade subscrever, de caráter irrevogável, a não aceitação da minha exoneração.

Como fica a situação hoje do PV na administração?

- Quero frisar que continuo firmemente atuando como vice-prefeito e membro do Partido Verde, pois fui eleito pela população e terminarei o mandato. Já com relação aos cargos de confiança que o partido possui na administração, deixo bem claro que é uma responsabilidade do atual prefeito e que não estou pedindo demissão do partido e sim deixando apenas o meu cargo de secretário. 

Com relação à política, qual é a sua pretensão? Será candidato a deputado?

- Para quem me conhece, sou uma pessoa de grupo. Luto pelo bem-estar da minha cidade e sempre estarei à disposição do partido caso a minha presença possa colaborar e acrescentar algo positivo para o desenvolvimento de Pindamonhangaba.

Como o senhor está frente a atual administração?

- Continuo atuando como vice-prefeito e, até quem sabe, mais atuante ainda, cobrando em todos os setores da administração, principalmente da saúde, mas com outro foco.

Como está o seu relacionamento com o prefeito?

- Relacionamento de prefeito e vice-prefeito, totalmente profissional. Se eu for convocado oficialmente para uma missão, estarei pronto, pois meu compromisso é como vice e vou respeitar os votos recebidos em urna.

Com relação à enfermeira Tânia, que o prefeito sempre disse ser a pessoa da confiança dele, o que o senhor tem a dizer sobre ela?

- Com relação à pessoa dela, nada a contestar. Nós pedimos apenas que fosse transferida para um local onde ela poderia exercer com mais conhecimento a sua função, de acordo com sua formação técnica. Desde o início da nossa gestão, pedíamos ao prefeito que nos permitisse escolher o coordenador da Atenção Básica (PSF), o que foi permitido apenas no dia 24 de setembro de 2013, conforme memorando 271/2013-GAB.