segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Bete Guimarães – 8 anos como presidente da Academia Pindamonhangabense de Letras



1.      Quem é Bete Guimarães?

Elisabete Nogueira da Silva Guimarães -Professora universitária aposentada. É pós-graduada em Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, e especialista em técnicas de produção de texto. É escritora, poetisa, com 12 obras literárias e muitos textos publicados em revistas e jornais da cidade e da região. Foi presidente do Conselho Municipal de Cultura, presidente da Associação Cultural e turística de Pindamonhangaba e Diretora Cultural do Clube Literário e Recreativo. Foi membro de Patrimônio Histórico e Meio-Ambiente, e membro do Instituto de Estudos Valeparaibanos de Lorena – IEV, e da AVLA- Academia Valeparaibana de Letras e Artes de Taubaté. Foi homenageada diversas vezes pelo conjunto de suas obras e homenageada pela Câmara Municipal de Pindamonhangaba como uma das professores do ano de 2017..
           
2.      Há quantos anos você está na A.P.L.?
Estou na A.P.L desde os anos 90, convidada pelo então presidente José Valdez de Castro Moura, depois fui secretária por 6 anos com os presidentes Francisco Piorino Filho e José Morgado. Eleita e reeleita por 4 vezes, ocupei a presidência por oito anos; isso dá um total de quase 30 anos.

3.      Como chegou à presidência?
Minha chegada à presidência chegou depois de eu ter sido presidente do Conselho Municipal de Cultura, cuja Diretoria me ajudou a colocar na A.P.L dezenas de novos acadêmicos que trouxeram para ela o reconhecimento local e regional de seu valor como instituição cultural que sempre preservou não só a literatura, mas também a história de nossa Pindamonhangaba.

4.      Qual é a história da Academia Pindamonhangabense de Letras?
No dia 18 de dezembro, nossa Academia faz 57 anos de vida. É hoje um dos, senão o maior polo de literatura e cultura de nossa cidade. Foi fundada, sem fins lucrativos em 18/12/1962 pela Lei nº 664, fruto de projeto de lei do então vereador, o médico Dr. Paulo Emílio de Alessandro, cuja propositura foi subscrita pelo então vereador Aníbal Leite de Abreu, ambos já falecidos.  Essa lei foi assinada pelo prefeito da época, senhor Manoel César Ribeiro, e a Academia teve como primeira presidente a professora  Sra. Hilda César Marcondes da Silva.
            Embora tenha sido criada em 1962, a primeira diretoria só foi constituída e empossada em 7 de setembro de 1964. Atualmente a Academia tem 40 cadeiras de membros titulares, 20 cadeiras de membros honorários e 20 cadeiras de membros correspondentes, além de acadêmicos “ad-honores”. Segue seu Estatuto e seu Regimento interno, tendo um brasão no qual está inserido o lema em latim, cuja frase foi ditada por Monteiro Lobato “ Fecunda terra habilitatis et sapientiae”, terra fecunda do talento e da aptidão.

5.      Quais as principais atividades dessa Academia?
Com certeza, a Academia tem por prioridade a promoção da leitura e da escrita, além de incentivar o conhecimento da literatura, da arte, da música e de qualquer outro tipo de arte. Hoje sou responsável por alguns projetos culturais, dentre eles o Projeto “Nas asas da Poesia” que há quatro anos promove Oficinas de Poesia nos Presídios Feminino e Masculino de Tremembé, com o objetivo de incentivar a leitura e a produção da escrita nesses estabelecimentos de reclusão. Há quatro também temos o Grupo de Estudos da obra de Guimarães Rosa, coordenado pelo ex-diretor de Cultura e ex-diretor do Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro e dona Leopoldina, o acadêmico Paulo Tarcísio Marcondes, que será o nosso próximo presidente.

            6. O que mais a leva a estar a frente desse trabalho voluntário por tanto tempo?
            Meu maior prazer, sem dúvida, é estar com os meus companheiros de jornada, e levar à nossa sessão alunos de todas as escolas públicas de nossa cidade para premiar professores e jovens que têm feito trabalhos dignos de uma educação inclusiva, democrática e criativa acima de tudo.

7.      Você tem vários trabalhos publicados, onde pode encontrá-los?
Tive o privilégio de poder publicar o que escrevi desde o lançamento de meu primeiro livro, que listo abaixo:
1.      A doce pedra do meio do caminho ,1989
2.      Pedra Maldita – 1990/1992/1995/1999
3.      Amigos para sempre –  1993
4.      As pedras do Caminha –  2000
5.      O perfume das rosas vermelhas - 2004
6.      Recontando a história de uma princesa –  2007
7.      Flor do Lácio (2009)
8.      Romanceiro da Independência – 2012
9.      Antologia da Academia Pindamonhangabense de Letras – 2012 – em parceria
10.  Ser da terra, Ser do céu – 2013 – em parceria com Neila Cardoso
11.  Contando histórias para os meus netos – 2018
E em 2019, tive o prazer e a honra de lançar juntamente com os meus colegas “ Poética da Liberdade” , antologia poética de 30 acadêmicos que tiveram seus textos publicados, alguns, inclusive, pela primeira vez. Nossos livros são vendidos nas livrarias da cidade e no Supermercado Excelsior.

8.      Todos sabem que a senhora é mãe do vereador Renato Cebola, há de sua parte um incentivo para que ele trabalhe cada vez mais pela educação.
É interessante como as coisas mudam nesta vida. Eu fui candidata à vereadora nos anos 90 pelo Partido dos Trabalhadores, cuja plataforma foi a cultura e a educação; hoje não sou mais do PT, mas sempre discuto com o Renato sobre isso. Todos sabem que fiz  o que pude para melhorar o nível de Educação desta cidade. Embora eu trabalhasse como professora do Ensino Médio por quase vinte anos na Unesp em Guaratinguetá, fundei aqui em 1994 a Escola Alfabete, pela qual passaram milhares de alunos em busca de seu diploma de primeiro e segundo graus, e /ou de uma boa classificação em concursos públicos. Onde ando por essa cidade tem ex-aluno meu empregado, graças aos Cursos Preparatórios para concursos do Alfabete, que parou suas atividades em 2015.
            Penso que a educação tem que vir de casa. O professor precisa somente ensinar, embora muitos se preocupem e acabam assumindo responsabilidades como educadores e não professores. No caso do Renato, só para citar um exemplo, tenho acompanhado a luta dele nos bairros e até mesmo na cidade pela limpeza de terrenos baldios que viram verdadeiros lixões a céu aberto. Jogam sofás, carrinhos de feira, fraldas descartáveis, enfim, tudo o que provoca a infestação e proliferação da dengue. A Prefeitura recolhe num dia, no outro está tudo lá de novo. Isso é falta de educação e de não conscientização do exercício de cidadania  a meu ver.
             Uma das coisas mais importantes para nós, acadêmicos, é também tornar o cidadão consciente de seus direitos, mas principalmente de seus deveres.
           
9.      Suas colocações finais.

            Primeiramente quero agradecer ao Magui  e a sua equipe do Jornal Regional  pela oportunidade, pelo carinho, e convidar a todos para que no dia 18 de dezembro , a partir das dezenove horas estejam conosco na posse da nova Diretoria da APL., onde vou deixar o cargo de presidente para o meu estimado e querido confrade Paulo Tarcísio Marcondes, que assumirá a diretoria pelo biêncio 2020 e 2021, ao qual desejo todo o sucesso do mundo juntamente com a sua equipe.
Um bom natal a todos e um ano novo repleto de realizações.  Obrigada.


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