segunda-feira, 13 de maio de 2019

O TRIMESTRE DO VALE DO PARAÍBA NA SEGURANÇA PÚBLICA


Ítalo Mantovani ¹

No dia 25 de abril, quinta-feira, o então Secretário de Segurança Pública General João Camilo Pires de Campos, divulgou as estatísticas do mês de março, de todos os 645 municípios do Estado de São Paulo. No global o Estado reduziu em latrocínios, 23% comparando a fevereiro e na produtividade policial o número de armas de fogo apreendidas aumentou em 28%. No acumulado do primeiro trimestre o roubo de carga apresentou queda de 61%, em relação ao mesmo período de 2018 e também houve a diminuição nas ocorrências de estupros 12%, ou 110 ocorrências a menos registradas em 2019, nos seus três primeiros meses.
A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN), está representada pela segurança pública como a área do Interior 1 - São José dos Campos. Englobando 39 municípios. Comparando primeiramente apenas os dados de março do Interior 1, com o Estado. A RMVPLN concentrou 10,5% de todos os casos de vítimas de letalidade violenta (vítimas de homicídios e de latrocínios), 3% de todos os roubos de veículos e aproximadamente 4% de furto de veículos. Os municípios que ganham destaque negativo no mês de março são Caçapava, Caraguatatuba e Jacareí que apresentam 45% de todas as vítimas de letalidade violenta da região. Vale ressaltar que São José dos Campos, com a maior população da região, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 713.943 mil habitantes em 2018, apontou apenas 2 vítimas.  Para roubo e furto de veículos, temos uma tendência de mais furtos que roubos. Em março essa porcentagem chegou em 73% de furto e o restante (27%) roubo. E tanto para roubo de veículos como furto de veículos os dois municípios que identificam e concentram mais de 50%, dos boletins registrados, foram São José dos Campos e Jacareí. Ainda no mês de março temos o destaque negativo no quesito roubo-outros, para as cidades litorâneas, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba que concentram juntas 15% de todos os registros. Salientando que isso possa ter ocorrido devido ao carnaval de 2019 que foi em março.
No comparado do primeiro trimestre de 2019 com 2018, a RMVPLN em vítimas de letalidade violenta identificou-se um aumento de 2% nos casos registrados. Destacando-se negativamente Taubaté, quem em 2018 acumulava 9% das vítimas e em 2019 passou para 13%, sendo o município com maior concentração de vítimas de letalidade violenta da região. Outro indicador que tem importância para o Interior 1 é o de furto de veículos. No acumulado do trimestre, tanto em 2019 como em 2018 apresentou 75% de furto, mas em números absolutos esse montante teve uma queda de 61 registros, ou menos 5% de 2018 para 2019. A produtividade policial, fator importante para análise de dados, que é medida também pelo portal da Secretaria de Segurança Pública mostra que nossos policiais estão trabalhando e muito. Entre janeiro e março de 2018 eles registraram 2.290 prisões, no mesmo período de 2019 esse número cresce 9%, chegando a 2.498 prisões efetuadas. Para armas de fogo aprendidas, o crescimento do primeiro trimestre de 2018 em comparação com 2019 foi de 7%.
Voltemos agora, nossos olhares de segurança pública para a Princesa do Norte. Pindamonhangaba, têm uma população estimada de 166.475 mil habitantes para 2018, de acordo com o IBGE. Seus números em segurança para março de 2019 merecem destaque. Em vítimas de letalidade violenta, Pinda teve um caso registrado. Em roubo e furto de veículos, segue a tendência da RMVPLN, com 63% de ocorrências registradas como furto e 37% em roubo de veículos. Agora, comparando o primeiro trimestre de 2019 com o primeiro trimestre de 2018, Pinda teve registrado em 2018 apenas 1 vítima e em 2019 o número de vítimas já chega em 6. Representando 34% dos números registrados no ano todo de 2018. Em dados absolutos, o quesito de roubo e furto de veículos, o município apresenta um aumento de 85% nos dois indicadores de 2018 para 2019, entre os meses de janeiro a março. E separadamente um aumento de 79% no indicador de furto de veículos e 100% no de roubo de veículos, comparando o primeiro trimestre de 2019 com o primeiro de 2018.
Guardadas as limitações, muitas vezes assumidas por interpretações de dados, percebe-se que a preocupação com a avaliação das políticas públicas, especificamente de segurança, tem sido uma pratica institucional, ou até mesmo institucionalizada gerando muitos debates tanto científico, como da população em si nos últimos anos. Apesar do senso comum e alguns dados mostrarem que houve um crescimento considerável em alguns dos indicadores de segurança pública no Estado de São Paulo, outros como furto de veículos caracterizam pelo Estado como o menor registrado pela série histórica desde 2008 na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Não podemos esquecer também dos louváveis esforços das polícias que tentam levar segurança e proteção não só para patrimônios, mas também pessoas, seus sonhos e principalmente suas esperanças de viverem em um ambiente melhor e mais seguro. Contudo, isso não pode ser a solução, tem que ser um passo para criação de programas que levem a construção de planos de ações tanto pela polícia militar como a polícia civil em busca de um resultado, a melhoria da segurança pública e de seus cidadãos.

1:
Assessor Técnico na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo
Formado em Gestão de Políticas Públicas Pela USP
Mestrando em Gestão e Desenvolvimento Regional
Professor no Cursinho Pré-vestibular em São Paulo
Contatos: italo.mantovani@usp.br



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